É o destino! Marcelinho e Romerito lembram dias de carrasco em finais por Vasco e Fluminense
Por trás de toda a rivalidade que cerca um clássico, existem personagens que se destacam para manter esse clima especial. A cada jogo, novos jogadores aparecem em partidas decisivas e marcam história nos confrontos. Para Fluminense e Vasco, que se enfrentarão na final da Taça Guanabara neste domingo, a coisa não é diferente. O LANCE! ouviu Romerito e Marcelinho Carioca, que já decidiram esse clássico em outras ocasiões.
Romerito marcou seu nome na história do Fluminense justamente em jogos contra o Vasco. Em 1984, o paraguaio decidiu os títulos do Campeonato Carioca e do Brasileirão justamente contra o Cruz-Maltino, marcando o gol que deu ao Tricolor o segundo título nacional de sua história.
- Falar que sou carrasco do Vasco, para mim, é uma grande satisfação. Eu fiz muitos gols neles, fiz o gol em 84, no Carioca e também o do Brasileirão. Para mim, é uma satisfação muito grande ter sido campeão com o Fluminense e fazer gol no Vasco é aconchegante. Uma final contra o Vasco foi e sempre vai ser algo muito especial, e eu acho que o Fluminense tem que começar a ganhar esses clássicos, já que está um pouco difícil de ganhar o Vasco agora. Mas, na minha época, era sempre uma alegria grande jogar contra eles - afirmou.
Apesar do sucesso no passado, o Fluminense encontra dificuldade em partidas contra o Vasco nos últimos anos. Nas últimas 20 partidas entre as equipes, o Tricolor venceu apenas três vezes, o que representa 15% de aproveitamento nesse período. Na visão do ex-meia, o clube das Laranjeiras se perde em algumas oportunidades por conta da ansiedade.
- Atualmente, o aproveitamento do Fluminense contra o Vasco é muito baixo e, mesmo que o Tricolor jogue algumas partidas melhor, ele está com problema de ganhar, sempre perdendo muitos gols. O resultado disso é que a equipe perdeu a confiança, o jeito de ganhar, porque a falta de tranquilidade e a ansiedade são problemas graves. Isso de ter a obrigação de ganhar do Vasco é o que atrapalha um pouco, mas eu acho que o Fluminense pode recuperar esses resultados antigos que nós tínhamos e estou muito feliz por essa final, tomara que eu consiga estar lá (no Maracanã) para dar uma força ao Fluminense - contou o paraguaio.
O ex-meio-campista confia na vitória no Fluminense, que chega embalado após o triunfo sobre o Flamengo, na semifinal. Na visão do paraguaio, o Tricolor pode vencer sem sustos, mas que será preciso que os jogadores entrem em campo sem pensar no retrospecto recente.
- O melhor conselho que eu posso dar para os jogadores é que tenham confiança e que não acreditem nas bruxas, porque o Fluminense tem capacidade, jogadores, bom técnico e pode ganhar tranquilamente. É preciso ter tranquilidade, sem se desesperar, sem ficar com muita pressão e acho que essa Taça Guanabara será do Fluminense. Eu confio muito nos jogadores e sei que seremos campeões - finalizou.
Marcelinho Carioca, por sua vez, foi fundamental na conquista do Campeonato Carioca de 2003 pelo Vasco. No primeiro jogo da decisão, saiu dos pés do camisa 8 o gol que abriu o placar e iniciou o título estadual para o Cruz-Maltino, que venceu as duas partidas da decisão por 2 a 1.
- Aquela final de 2003 foi de suma importância para a minha carreira, porque eu estava longe do Rio de Janeiro por 12 anos e voltei exatamente para o rival do time que eu iniciei minha carreira. Eu dei tudo de mim, fui campeão carioca, sendo eleito o craque do campeonato e voltei para a Seleção Brasileira. Aquele Carioca de 2003 foi brilhante e o carinho do torcedor do Vasco comigo é algo sensacional, eles lembram disso até hoje. Foram cada jogadas memoráveis por lá, foi tudo muito gostoso. Desde o roupeiro ao presidente, foram oito meses maravilhosos. Se eu fui à praia duas vezes foi muito, eu estava realmente muito focado, por isso que deu resultado em campo - afirmou.
No jogo de 2019, Marcelinho afirma que a missão vai ser difícil. Apesar do bom retrospecto do Vasco, o ex-meia elogia Fernando Diniz, treinador do Tricolor e o momento vivido pela equipe, já que eliminaram o Flamengo na fase anterior.
- O Fluminense está com um grande treinador, o Fernando Diniz, um estudioso da bola, um cara que surpreende, que muda o esquema tático, que estuda o adversário e sabe neutralizar os pontos fortes dos rivais. O Vasco tem que ter muito cuidado nessa partida, tanto que o Tricolor eliminou o Flamengo, que era o grande favorito de todos, então o Cruz-Maltino tem que entrar em campo muito antenado, porque não vai ser fácil não - completou.
Ao ser perguntado sobre a 'fórmula' para ser campeão, Marcelinho lembra de um episódio da final de 2003 que ajudou alguns jogadores a perderem o nervosismo antes da bola rolar. Para ele, o segredo é que os atletas não fiquem nervosos e que as referências do elenco apareçam nesses momentos.
- Para ser campeão, é preciso ser diferente em tudo. Eu acho que os líderes devem chamar a responsabilidade, porque uma final é muito importante. Em 2003, alguns jogadores que estavam apreensivos, e eu e Petkovic pedimos autorização ao Antônio Lopes (treinador na época) e conversamos com o roupeiro, para que ele colocasse uma fralda em vez da camisa no vestiário, para mostrar que esses atletas não iriam entrar em campo porque estavam cagados de medo. Isso ajudou demais, os jogadores se acalmaram e entram em campo com sede de vitória, e é assim que o Vasco tem que entrar para poder fazer a diferença. Em uma final, qualquer coisa pode decidir - finalizou.