Jornalista reúne cartas de atletas para vítimas de Brumadinho
O rompimento da barragem da mineradora Vale, que provocou a morte e o desaparecimento de centenas de pessoas, há duas semanas, foi o ponto de partida para uma corrente do bem puxada pelo jornalista Guilhermo Codazzi, na região do Vale do Paraíba. Codazzi criou o projeto "Cartas de Amor para Brumadinho", onde fez o convite para que pessoas escrevessem palavras de apoio e de esperança para as vítimas da tragédia. Entre as mais de 450 cartas, entregues estão a de atletas de futebol, vôlei, basquete e rugby. Para o idealizador da campanha, os valores do esporte trazem importantes ensinamentos neste momento difícil.
- Dentro de campo ou de quadra, os atletas aprendem a trabalhar em equipe. Um dando a mão para o outro a cada jogada, a cada ponto disputado. Eles constroem juntos a vitória, degrau a degrau. E se apoiam como irmãos quando a derrota vem. E em uma tragédia como a de Brumadinho, que atingiu em cheio o coração da nação brasileira, a solidariedade entra em campo. Em um país hoje tão dividido, nos unimos como companheiros de time e lutamos juntos por Brumadinho. As cartas são uma forma de demonstrarmos às famílias desabrigadas que elas não estão sozinhas - explicou Codazzi.
Atletas de equipes rivais abraçaram a ideia, deixando as diferenças de lado. Entre os que escreveram as cartas, estão membros do time de futebol do Esporte Clube Taubaté, que disputa a Série A2 do Campeonato Paulista, jogadores do Taubaté Vôlei (Superliga), São José Basquete (NBB), Jacareí Rugby e as meninas do futebol feminino do São José e Taubaté.
- As equipes prontamente se colocaram à disposição para ajudar. Atletas, comissões técnicas, diretorias. Clubes que são adversários dentro de campo e de quadra deixaram de lado a rivalidade e vestiram o mesmo uniforme: o da solidariedade - conta o jornalista de Taubaté.
As cartas foram entregues para Marcelo Dias, psicólogo e coordenador do Cras (Centro de Referência da Assistência Social) de Brumadinho e começaram a chegar aos destinatários no início desta semana. A ação foi um desdobramento de outro projeto do jornalista, o "Cartas Perdidas", em que o envio era feito a pessoas carentes, em geral.