Vai chover hoje em São Paulo? Divisa com MG deve receber o maior volume
A Defesa Civil de São Paulo informou na manhã deste sábado (19) que o acumulado de chuvas para o estado ficou abaixo do esperado.
O que aconteceu
Chuva prevista para o estado perdeu força. Os modelos meteorológicos indicavam risco para acumulados meteorológicos elevados, porém, no decorrer das horas, o sistema ganhou força apenas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, criando um cenário bem mais ameno para São Paulo. "Felizmente os acumulados ficaram abaixo do esperado devido a esse cenário", diz nota técnica enviada pela Defesa Civil.
Para este sábado (19), ainda há possibilidade de pancadas de chuva a qualquer momento dia. Segundo a Defesa Civil, é esperado chuva principalmente nos municípios de divisa com Minas Gerais. O dia será marcado pela nebulosidade, o que não deixará as temperaturas subirem.
Não foram registradas ocorrências graves provocadas por vento e chuva no estado nas últimas horas. O maior índice de chuvas, nas últimas 12 horas, foi registrado no município de Itapirapuã Paulista, na região de Itapeva, na divisa com o Paraná, com 32 milímetros.
Gabinete de crise foi instalado no Palácio dos Bandeirantes às pressas para monitorar chuva. O governo teme que o mesmo problema que ocorreu na semana passada, quando milhares de pessoas ficaram sem energia, volte a acontecer neste fim de semana.
Sábado começou com tempo fechado na capital
O sábado começou com tempo fechado, chuviscos isolados e termômetros oscilando em torno dos 17,3°C durante a madrugada. As estações meteorológicas da Prefeitura de São Paulo indicam que as temperaturas mínimas chegaram aos 15,5°C no extremo sul da cidade, enquanto a região central registrou 18,3°C.
A propagação da frente fria mantém o céu com muita nebulosidade no decorrer do dia. Há condições para chuvas variando de fraca a moderada intensidade, principalmente no período da tarde. As temperaturas entram em declínio, com máximas que não devem superar os 21°C e mínimas que podem chegar aos 16°C no período da noite.
Defesa Civil segue monitorando a situação. "Pode chover um pouco menos na capital e na região metropolitana, com menos severidade, mas o alerta está em vigência ainda. Nós seguimos monitorando porque nós temos essas áreas que podem ter volumes de chuva mais expressivos e podem ter também rajadas de vento", explicou o capitão Roberto Farina, diretor de comunicação da Defesa Civil.
Deslizamento e inundações
O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) aponta para o risco alto e moderado de deslizamento de terra. O órgão também prevê enxurradas e inundações de córregos urbanos, tanto no sábado (19), como no domingo (20), para algumas regiões de SP, RJ e MG. A previsão para este final de semana é de queda de fortes temporais em partes do Sudeste.
Ainda há risco geológico moderado para o leste de SP, no sábado, nas mesorregiões de Campinas, metropolitana (inclui a capital) e Vale do Paraíba, nas proximidades com RJ e MG. O risco é maior em cidades serranas e metropolitanas, que podem registrar ocorrências pontuais de deslizamentos de terra em encostas, aponta o Cemaden, pela presença de áreas de alta suscetibilidade.
No domingo, o risco de deslizamento sobe para alto principalmente nas Serras do Mar e da Mantiqueira, presentes no Vale do Paraíba Paulista, no sul de Minas e no sul do Rio. Os acumulados de chuva do sábado, somados às pancadas previstas para domingo, poderão tornar maiores os riscos de movimentação da terra por conta do encharcamento do solo. Para as mesorregiões de Campinas e Metropolitana, o risco continua moderado no domingo.
Apagão afetou 3,1 milhões após chuva
Número real de pessoas afetadas pelo apagão foi de 3,1 milhões na capital e na região metropolitana. O presidente da Enel, Guilherme Lencastre, diz que a empresa trabalhava com o número de 2,1 milhões porque algumas residências tiveram a energia restabelecida em até quatro horas após o apagão após a chuva do dia 11. "Isso aconteceu porque a gente tem tecnologia na rede, capaz de remanejar o fluxo de energia e fazer esse restabelecimento de maneira automática e, algumas vezes, remota".
A Enel diz que trechos inteiros da rede foram danificados. Segundo a distribuidora, será preciso reconstruir, trocar postes, transformadores e outros equipamentos.
Distribuidora deixou de investir R$ 602 milhões previstos para São Paulo. Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, na segunda (14), uma vistoria realizada pelo Ministério Público mostra que a Enel deixou de investir em sua infraestrutura, conforme previsto em planejamento.
Chuva volumosa no Centro-Oeste do Brasil
O tempo instável também atingiu as regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, locais castigados pela seca severa nos últimos meses, ao longo desta semana.
As duas regiões estavam sob a influência de vários sistemas meteorológicos. Isso contribuiu para o aumento de chuvas nessas áreas, como Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal. Muitas cidades desses estados chegaram a ficar mais de 100 dias sem uma gota de chuva. O Rio Grande do Sul também foi atingido por frente fria no início da semana.
*Com informações do Estadão Conteúdo