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Homem acusado de abusar da filha rebate ex-esposa: 'Campanha difamatória'

O professor de tênis Paulo Souza Filho - Reprodução/Facebook
O professor de tênis Paulo Souza Filho Imagem: Reprodução/Facebook
do UOL

Do UOL, em São Paulo

23/07/2024 17h29Atualizada em 23/07/2024 17h40

O professor de tênis Paulo Souza Filho, acusado pela ex-esposa por supostamente estuprar a própria filha bebê, em Salvador, divulgou uma carta em que rebate as acusações.

O que aconteceu

Paulo afirma que é "vítima de uma campanha difamatória, cruel e irresponsável" de Tamires Reis. "Vivemos um relacionamento por 10 anos e, de fato, em muitos momentos tivemos discussões pesadas. Entretanto, nunca, em momento algum, eu a agredi fisicamente".

Ele diz que os dois mantiveram um bom relacionamento após o término, mas a situação mudou quando ele assumiu um novo relacionamento. O professor também teria pedido mais tempo com a filha. "A partir dessa data minha vida virou um inferno. No dia que comuniquei a ela que queria passar mais tempo com minha filha ela foi na delegacia e registrou uma queixa absurda de abuso sexual de minha filha".

Na carta, Paulo ressalta que a medida protetiva para a filha havia sido negada. Ele também diz que a guarda compartilhada está sendo descumprida pela mãe da criança. "A verdade é que estou um ano privado do contato com minha filha e tudo que eu quero é voltar a abraçar minha filha, cuidar dela e ser o pai que sempre fui".

Entenda o caso

Uma mulher acusou o ex-marido de agredir e estuprar a própria filha em Salvador em um vídeo publicado nas redes sociais no domingo (21). Após a repercussão, o Ministério Público informou que pediu para a polícia reabrir as investigações contra o suspeito. O caso havia sido arquivado por falta de provas.

A fonoaudióloga Tamires Reis conta na gravação que sofreu agressões físicas, verbais e psicológicas durante os 12 anos de relacionamento. Ela resolveu expor os supostos abusos agora porque, segundo a mulher, as agressões se estenderam para a criança. Atualmente, a menina tem três anos.

A situação teria piorado quando os dois se separaram, em 2022, e a criança passou a ficar sozinha com o pai. "Ela passou a conviver com ele sem que eu estivesse presente. Como ela iria se defender de todos os desequilíbrios, gritos, apertos, mordidas e sacudidas, sozinha?", diz a fonoaudióloga.

Um dia, após a criança voltar da casa do pai, a menina não deixou que a fralda fosse retirada. "Tapava o rosto, fez uma 'barreira' de travesseiros ao redor da cintura, dobrou as pernas e falava que estava com medo. Após muita conversa, consegui ver que as partes íntimas estavam avermelhadas".

Vídeos compartilhados pela fonoaudióloga mostram o ex-marido a agredindo verbalmente e reclamando da filha. "Eu sou homem, eu pago as contas. Você é mulher, é completamente diferente. As coisas mudaram agora e vai ser dessa maneira. Quem manda nessa 'caceta' aqui sou eu porque eu pago as contas e eu sou homem", diz ele em uma das gravações. "Tá separada e se foda. Vá tomar no cu, sua puta do caralho. Vá se foder", afirma o homem em outro vídeo.

Investigação retomada

O vídeo repercutiu nas redes sociais e Tamires ganhou até apoio de famosos, como a atriz Luana Piovani. Procurado pelo UOL, o MP-BA (Ministério Público da Bahia) disse que solicitou à Polícia Civil, nesta segunda-feira (22), a retomada das investigações.

O órgão diz que havia pedido o arquivamento do caso baseado no inquérito policial. "Que não identificou indícios suficientes de autoria e materialidade para a configuração do crime. Sem esses indícios, não é possível oferecer denúncia".

O MP-BA afirma que solicitou à Justiça que a medida protetiva, que já é garantida à Tamires, seja estendida para a criança. Novas informações teriam sido apresentadas pela defesa da mulher na última quinta-feira (18).

A Polícia Civil disse que a Dercca (Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente) cumpre novas diligências sobre o caso. Depoimentos e outras atividades de investigação estão em andamento. Apesar do posicionamento do MP-BA, a polícia ressalta que, no mês passado, já havia indiciado o suspeito por estupro de vulnerável.

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