Água mineral vira artigo de luxo após crise de contaminação no Rio
A venda de água mineral dobrou no Rio desde o início do ano por causa da crise da contaminação da Estação de Tratamento de Guandu com geosmina, substância orgânica formada por algas. Esse material dá gosto e cheiro de terra ao produto que sai das torneiras. Com isso, houve uma repentina corrida aos mercados e o produto já some das prateleiras.
Ontem, nos principais supermercados de Copacabana, zona sul, só havia água mineral importada. Havia versões francesa, italiana ou dinamarquesa do produto, a preços altos, a partir de R$ 21 a garrafa de 750 ml. "As pessoas saem até no tapa dentro dos mercados para conseguir uma garrafa de água mineral que não seja importada", diz o jornaleiro Julio Bruno, que vende água e refrigerante em sua banca. A Polícia vai apurar denúncias de cobrança de preços abusivos.
Conforme a Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam), foram vendidos 240 milhões de litros em garrafões retornáveis de 20 litros, o dobro do que é normalmente vendido no verão. Na venda em embalagem descartável, foram 180 milhões de litros, 50% acima do normal. "Não há falta de água mineral", diz o presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia. "O que enfrentamos é um problema de logística."
Presidente da Associação de Supermercados do Rio, Fábio Queiroz afirmou que a rotina de distribuição do produto já foi alterada para tentar evitar desabastecimento. "Aplicando logística acelerada, as produtoras de água mineral trabalham a todo vapor, além de terem aumentado a circulação dos caminhões" diz. "Novos fornecedores de água já estão sendo cadastrados nas lojas, inclusive de Estados vizinhos, para ajudar."
Lancia informou ainda que a capacidade instalada de produção é equivalente ao triplo da quantidade vendida em 2019 (1,6 bilhão de litros). Algumas empresas já estão convocando um 2.º turno de trabalhadores para aumentar a produção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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