Topo
Notícias

Esse conteúdo é antigo

Defensoria Pública habilita 60 corredores humanitários na Colômbia

07/05/2021 02h05

Bogotá, 6 mai (EFE).- A Defensoria Pública da Colômbia habilitou nesta quinta-feira 60 corredores humanitários em 17 dos 32 departamentos do país para permitir a passagem de alimentos e medicamentos, assim como o transporte de médicos e dos feridos durante os protestos contra o governo.

A Colômbia vive dias de tensão desde 28 de abril, quando começaram as manifestações contra o governo do presidente Iván Duque, que deixaram até agora 11 mortos, segundo o Ministério Público, embora organizações sociais elevem esse número para 37.

Durante os protestos, os manifestantes bloquearam várias estradas em diferentes partes do país, impedindo a passagem de caminhões carregados com alimentos e mantimentos, assim como de ambulâncias e veículos de equipes médicas.

A Defensoria explicou em um comunicado que os corredores humanitários abertos estão em Arauca, Bolívar, Cauca, Cundinamarca, Huila, Meta, Norte de Santander, Caldas, Nariño, Risaralda, Boyacá e Valle del Cauca, entre outros departamentos.

TONELADAS DE CARGA RETIDAS.

Segundo o governo, 28.245 toneladas de alimentos e combustível foram retidas pelos bloqueios e o Plano Nacional de Vacinação contra o coronavírus também foi afetado, uma vez que a perturbação da ordem pública forçou o adiamento da campanha em Cali e Bogotá.

Esta situação causou perdas econômicas não apenas aos transportadores, mas também aos produtores agrícolas que não têm como chegar aos seus mercados.

A escassez de oxigênio também foi uma das consequências sentidas em várias cidades, incluindo Cali, o epicentro dos protestos contra o governo e dos incidentes mais violentos.

O gabinete da Defensoria afirmou em um comunicado que, em Cali, a decisão de criar um corredor humanitário foi tomada após uma reunião entre o defensor público, Carlos Camargo, autoridades regionais e manifestantes.

Graças a este acordo, foi permitido o fornecimento de "oxigênio, medicamentos e alimentos, bem como a entrada e saída de caminhões de limpeza e abastecimento de gasolina".

"Embora as atuais circunstâncias do país sejam difíceis, devemos também destacar os progressos e acordos que alcançamos em várias regiões através dos corredores humanitários pelos quais circularam caminhões com alimentos, medicamentos e combustível", destacou Camargo, citado no comunicado do seu gabinete.

Por sua parte, a presidente da Câmara de Comércio Colombiano-Americana (AmCham), María Claudia Lacouture, apelou aos manifestantes que ainda estão bloqueando as estradas para permitir a passagem de veículos a fim de restabelecer o abastecimento.

"Os bloqueios de estradas afetam todos os colombianos; a dificuldade de fornecer alimentos e insumos para diferentes setores da indústria e de cumprir os compromissos de exportação das empresas afastam os investidores e afetam o já complicado processo de recuperação econômica que não consegue engrenar devido ao impacto da covid-19", ressaltou Lacouture.

Notícias