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ONU alerta que 20 milhões de crianças carecem de vacinas que salvam vidas

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Imagem: iStock

Por Kate Kelland

Em Londres

15/07/2019 12h32

Mais de uma a cada 10 crianças, ou 20 milhões em todo o mundo, ficaram sem vacinas que combatem doenças potencialmente letais como sarampo, difteria e tétano no ano passado, alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef), hoje.

Em um relatório sobre a cobertura global de imunização, as agências da Organização das Nações Unidas (ONU) descobriram que os níveis de vacinação estão estagnando, sobretudo em países pobres ou em áreas de conflito.

"As vacinas são uma de nossas ferramentas mais importantes para evitar surtos e manter o mundo seguro", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.

"Com frequência são aqueles que correm mais risco --os mais pobres, os mais marginalizados, aqueles afetados por conflitos ou expulsos de casa-- que se perdem persistentemente", disse. "São demais os que ficam para trás".

O relatório OMS/Unicef revelou que, desde 2010, a cobertura de vacinação com a vacina contra difteria, tétano e coqueluche em três doses e a vacina contra sarampo de uma dose estacionou em cerca de 86%.

É uma taxa muito baixa, segundo o relatório, já que geralmente é necessário 95% de cobertura para proporcionar um "efeito rebanho" àqueles que não são vacinados.

Em 2018, por exemplo, o número de casos de sarampo mais que dobrou em todo o mundo, chegando a cerca de 350 mil.

"O sarampo é um indicador em tempo real de onde temos mais trabalho a fazer para combater doenças evitáveis", disse Henrietta Fore, diretora-executiva do Unicef. "Um surto aponta para comunidades que estão sem vacinas... (e) temos que esgotar todos os esforços para imunizar cada criança".

Quase metade de todas as crianças não vacinadas do mundo está somente em 16 países: Afeganistão, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Etiópia, Haiti, Iraque, Máli, Níger, Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria e Iêmen.

Se estas crianças adoecerem, disse o relatório, correm risco de ser vítimas das consequências de saúde mais graves e são as que têm menos acesso ao tratamento e cuidado de que necessitam.

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