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Em "Dia D", primeiro caminhão com ajuda humanitária chega à fronteira do Brasil com a Venezuela

23/02/2019 12h30

BRASÍLIA (Reuters) - Em uma ação tida como uma espécie de "Dia D", um primeiro caminho de pequeno porte com ajuda humanitária do Brasil chegou neste sábado a Pacaraima, cidade de Roraima localizada na fronteira entre o Brasil e o Venezuela e cuja passagem está fechada desde a quinta-feira por ordem do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Um segundo veículo, que também partiu pela manhã de Boa Vista, capital do estado, teve um pneu furado e deve chegar mais tarde a Pacaraima.

Os dois caminhões, que contam com placas venezuelanas e são conduzidos por motoristas do país vizinho, levam kits de medicamentos do Ministério da Saúde do Brasil para tratar de doenças de baixa complexidade e que não precisam de refrigeração e mantimentos não perecíveis, como arroz, feijão e leite.

A estimativa do governo brasileiro é que a ajuda humanitária possa abastecer 6 mil pessoas por mês -- a maior parte do auxílio permanece em Boa Vista, esperando que o impasse sobre a entrada na Venezuela se resolva para ser enviada ao país vizinho.

Mais cedo, em entrevista coletiva em Pacaraima, base da operação, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, a embaixadora no Brasil do governo autoproclamado de Juan Guaidó, Maria Teresa Belandria, e o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, William Popp, defenderam a entrada da ajuda que, destacaram, é exclusivamente humanitária.

Todas as autoridades envolvidas na operação descartaram um conflito em razão dessa entrega. Na véspera, entretanto, soldados da Venezuela abriram fogo contra membros de uma comunidade indígena perto da fronteira com o Brasil, deixando ao menos dois mortos e diversos feridos, à medida que Maduro desafia esforços da oposição para levar auxílio humanitário ao país economicamente devastado.

(Reportagem de Ricardo Brito)

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