40% das urnas eletrônicas deste ano são de modelo novo; entenda a diferença
Nas eleições municipais deste ano, os eleitores terão à disposição um novo modelo de urna, o UE 2022. Ele corresponderá a 38% dos aparelhos que serão usados no pleito deste domingo (6).
Avanços tecnológicos
A nova urna é tecnicamente idêntica ao modelo anterior, o UE2020. Embora as versões sejam visualmente iguais, é possível distinguir cada uma pela inscrição que fica ao lado do teclado numérico. A maioria das urnas que serão utilizadas este ano é do modelo UE 2020, que foi usado pela primeira vez em 2022. Também estão disponíveis o modelo UE 2015 e UE 2013.
Modelos mais recentes são fabricados pela empresa brasileira Positivo Tecnologia. Ela é responsável pela produção dos componentes físicos do aparelho. Já os programas e sistemas internos são desenvolvidos pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A urna eletrônica tem vida útil de dez anos, em média. Os modelos antigos são extintos e substituídos à medida que novas urnas são elaboradas e produzidas. Este ano, serão disponibilizadas 571.024 urnas eletrônicas para o pleito.
Diferenças está no processamento dos dados. Segundo o professor Marcos Simplício, da Escola Politécnica da USP, a maior diferença é percebida entre as urnas dos modelos UE 2015 e UE 2020. Ele destaca a capacidade do processador e o design. A USP é parceira do TSE na análise da segurança das urnas. O pesquisador diz atestar que o equipamento tem uma segurança robusta e é bem resiste a ataques.
A gente fez vários testes e algumas propostas de melhorias. Coisas que a gente achou foram corrigidas. Teve melhoria no software da urna em si.
Marcos Simplício, professor da Escola Politécnica da USP
Novo recurso de acessibilidade. Uma ferramenta de sintetização de voz chamada Letícia foi adicionada às urnas. A voz informa a eleitores cegos ou com baixa visão os cargos em votação, o número digitado e o nome do candidato ou da candidata escolhida.
Os dois modelos mais recentes (UE 2022 e UE 2020) foram submetidos ao Teste Público de Segurança. No evento, que aconteceu ano passado, qualquer brasileiro com mais de 18 anos podia apresentar um plano de ataque aos sistemas eleitorais para ajudar na melhoria do processo de votação.
As urnas foram submetidas a 35 planos de ataques. Entre os participantes da edição estavam pesquisadores da USP, da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) e uma equipe da Polícia Federal. Os testes acontecem desde 2009. Os modelos anteriores também foram submetidos a este processo.