Fumaça de queimadas na Amazônia chega a Buenos Aires
A fumaça das queimadas na Amazônia cobre a maior parte da América do Sul e, nas últimas horas, chegou a Buenos Aires, a mais de 5.000 Km de distância. Mais da metade da Argentina está sob a fumaça que deve durar até o final do inverno.
Quem vê o céu cinza em Buenos Aires pode até pensar que é névoa, mas o cheiro de queimado e os olhos irritados no final do dia não deixam dúvida: as nuvens que chegaram nesta segunda-feira (9) à capital argentina são fumaça.
O manto de fumaça vem de mais de 5.000 km de distância, mais exatamente da Amazônia, do lado boliviano, mas, em maior medida, do lado brasileiro. Também do Cerrado, dos lados paraguaio e principalmente do brasileiro.
A fumaça dos milhares de focos de incêndio que bateram o recorde de queimadas na Amazônia dos últimos 19 anos já cobrem mais da metade da Argentina.
Um cenário já vivido no final de agosto de 2019, se repete, quando a fumaça da Amazônia também chegou a Buenos Aires e a Montevideu, no Uruguai.
"O céu opaco da capital argentina é fumaça vinda do Brasil, da Bolívia e do Paraguai. Não se vê na superfície, mas na altura. A fumaça apareceu em algumas províncias argentinas na semana passada, reduzindo a visibilidade, mas agora chegou a Buenos Aires", indicou Cindy Fernández, porta-voz do Serviço Meteorológico argentino.
A fumaça pode ser vista no alto dos edifícios e embranquecendo a paisagem à distância, mas os efeitos nos pulmões e nos olhos são sentidos, independentemente da altura.
A especialista acrescenta que "na próxima quarta-feira, uma frente fria, vinda da Patagônia, deve dissipar a fumaça sobre a cidade de Buenos Aires, mas as províncias do Norte da Argentina devem continuar cobertas pela fumaça vinda da Amazônia durante duas semanas".
Riscos à saúde e ao meio-ambiente
Enquanto houver fumaça, haverá riscos para a saúde e, devido à pouca visibilidade, possíveis interrupções no tráfego aéreo.
O Serviço Meteorológico argentino pôs em alerta 16 das 24 províncias argentinas.
Os especialistas advertem sobre o perigo de partículas tóxicas no ar, especialmente para pessoas com problemas respiratórios.
O Serviço Meteorológico do Brasil, MetSul, advertiu o da Argentina e o do Uruguai sobre a possível formação da chamada "chuva preta", quando a fumaça das queimadas se acumula com a poluição das cidades, resultando numa chuva com alto potencial de contaminação de rios e mananciais.
"Haverá muita fumaça procedente dos incêndios no Brasil ao longo desta semana. Dominará parte do centro argentino e todo o território uruguaio. Uma enorme área da América do Sul terá a cor do céu alterada. Haverá visibilidade reduzida com partículas que deixarão o sol da cor laranja ou vermelho", advertiu o MetSul.
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