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Suspeita de envenenar ovo de Páscoa viajou 380 km e deu nome falso em hotel

Mulher presa por suspeita de envenenar ovo de Páscoa usou crachá e nome falso para se hospedar em hotel - TV Mirante/Reprodução
Mulher presa por suspeita de envenenar ovo de Páscoa usou crachá e nome falso para se hospedar em hotel Imagem: TV Mirante/Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

19/04/2025 14h11

Jordelia Pereira Barbosa, mulher presa por suspeita de dar um ovo de Páscoa envenenado à atual namorada do ex-marido, forjou sua identidade para se hospedar em um hotel de Imperatriz (MA) antes de cometer o crime.

O que aconteceu

Mulher fez viagem de quase 400 km e estava voltando para casa quando foi presa. Segundo a Polícia Civil, a suspeita é natural de Santa Inês e viajou até Imperatriz "exclusivamente para executar o plano". Entre o material apreendido com ela no ônibus em que foi presa estavam perucas, chocolates e uma substância que parece com veneno e vai passar por perícia.

Para justificar a falta de documentos oficiais no momento da hospedagem, Jordelia disse que era uma mulher trans. Ela deu o nome de Gabrielle Barcelli, explicando que aquele seria o nome social dela e que ela estava em um processo de regularização de documentação. Imagens da troca de mensagens foram divulgadas pela TV Mirante.

A mulher também apresentou o crachá falso de uma empresa. No crachá, ela aparece com a função de "gastronômia" e com uma peruca preta, semelhante à usada para comprar chocolates em uma loja da cidade.

Eu sou trans e a minha documentação está em processo, mas estarei com o crachá da empresa.
Trecho de mensagem enviada por Jordelia a hotel

Prisão da mulher foi convertida em preventiva. Jordelia passou por audiência de custódia ontem e a expectativa é de que ela seja transferida para São Luís.

Defesa. O UOL não conseguiu contato da defesa de Jordelia até o momento, mas o espaço segue aberto para manifestação. Não havia registro público do processo dela no TJMA até a manhã de hoje e o telefone profissional dela, disponível nas redes sociais, não recebia ligações nem respondia mensagens.

Relembre o caso

Menino de sete anos morreu após comer ovo de páscoa. O chocolate foi entregue na quarta-feira por um motoboy à mãe do garoto e a suspeita da polícia é de que o alimento estivesse envenenado.

Mãe e irmã do garoto que morreu também passaram mal e estão internadas. O boletim médico mais recente, divulgado pelo Hospital Municipal de Imperatriz na tarde de ontem, detalhou que o estado de saúde delas era grave.

A suspeita do crime é ex-namorada do atual companheiro da mãe das crianças e foi presa na quinta-feira. Jordelia Pereira Barbosa, 36, estava em um ônibus que saiu de Imperatriz para a cidade de Santa Inês, onde mora. A cidade fica a cerca de 400 quilômetros de onde o crime aconteceu.

Câmera gravou momento em que mulher comprou chocolate. As imagens, da tarde da quarta-feira, mostraram que ela chegou ao local com uma peruca preta e óculos escuros por volta das 16h. Ela saiu da loja levando os ovos que foram consumidos pela família na noite da quarta.

Mulher assumiu que comprou o ovo, mas negou que tivesse envenenado a comida. O delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida, explicou à TV Bandeirantes que mesmo que ela não tenha confessado o crime, "elementos fortes" sinalizam a participação no caso.

Suspeita da polícia é de que a mulher tenha cometido crime por ciúmes. O ovo comprado por Jordelia foi entregue à atual namorada do ex-companheiro dela. A mulher está internada em estado grave, assim como a filha mais velha dela. O filho mais novo da vítima morreu ainda na madrugada de ontem.

O corpo do menino foi enterrado ontem. Antes disso, a criança passou por exame de necropsia no Instituto Médico Legal de Imperatriz. A Polícia Civil informou que aguarda o laudo pericial para confirmar a causa da morte. As autoridades também requisitaram ao IC (Instituto de Criminalística) de Imperatriz a coleta de material para análise laboratorial das vítimas que permanecem hospitalizadas.

Amostras do alimento foram enviadas para análise no Instituto de Criminalística. Mais detalhes do caso não serão divulgados para não atrapalhar as investigações, segundo a polícia.

Família não sabia quem tinha enviado o chocolate. O alimento foi entregue com um bilhete que dizia: "Com amor. Feliz Páscoa". "Logo quando ela recebeu [o chocolate], alguém ligou para ela e perguntou se ela tinha recebido. Aí ela disse que sim e perguntou quem era. A pessoa que estava na linha disse 'você vai saber quem é'", disse o irmão da vítima à imprensa local.

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