Parlamento derrota Boris Johnson e adia decisão sobre Brexit
A decisão representa uma nova derrota para o premier britânico e frustrou seu plano de aprovar o tratado na sessão extraordinária, ocorrida pela primeira em 37 anos em um sábado.
Ele tinha até às 23h (horário local) de hoje para aprovar o pacto, segundo a data-limite imposta por uma lei aprovada no mês passado. Na prática, a medida prevê que, se o acordo for aprovado, ele teria que ficar "em espera" até os parlamentares debaterem a legislação à respeito do acordo. Desta forma, o político será obrigado a enviar uma carta para Bruxelas pedindo que a saída do bloco seja adiada por pelo menos 90 dias - no mínimo até 31 de janeiro de 2020. Atualmente, o divórcio está previsto para 31 de outubro.
A aprovação da emenda foi comemorada pelo líder da oposição, Jeremy Corbyn, dizendo que o premier britânico precisa "cumprir a lei" e solicitar o adiamento do Brexit para Bruxelas. Johnson, por sua vez, demonstrou esperança de conseguir o apoio necessário para seu acordo "em números esmagadores", principalmente porque o resultado da votação da emenda proposta por Letwin foi "bem próximo". Ele ainda garantiu se manter "destemido" com sua estratégia e prometeu introduzir a legislação necessária para implementar seu acordo no Parlamento na próxima semana. De acordo com o jornal britânico "The Guardian", a votação deve ser realizada na terça-feira (22). O primeiro-ministro britânico também reforçou que não pedirá um novo adiamento para Bruxelas. "Não negociarei um atraso com a União Europeia e a lei não me obriga a fazê-lo", afirmou, dando a entender que não defenderá a prorrogação da data. Caso a UE negue a extensão do prazo, a tendência é que o chamado "no deal", a saída abrupta do bloco, ocorra em 31 de outubro. Enquanto acontece a sessão, milhares de britânicos estão nas ruas de Londres pedindo um novo referendo para decidir sobre a saída do Reino Unido da UE. (ANSA)
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