Estatal ferroviária escolhe Atlantia para resgate da Alitalia
"O Conselho de Administração da FS identificou hoje a Atlantia como parceira para trabalhar ao lado da Delta Air Lines e do Ministério da Economia e Finanças na operação da Alitalia", informou a FS em comunicado nesta segunda-feira (15).
Com a escolha da Atlantia, o conselho efetivamente excluiu as outras três ofertas recebidas ontem (14) feitas pela empresa italiana de construção civil Toto; do empresário Claudio Lotito, dono da Lazio; e de Germán Efromovich, acionista majoritário da companhia aérea colombiana Avianca. Os números das negociações não foram revelados, mas, apesar de já terem mudado diversas vezes, a expectativa é de que se baseiem em uma divisão que daria 35% das ações para a FS, entre 10% e 15% para a americana Delta (que já estava no consórcio) e 15% para o Tesouro italiano. O restante seria distribuído entre outros parceiros privados, mas a Delta também pode aumentar sua fatia. A Atlantia é uma das principais operadoras de vias expressas e aeroportos e é de propriedade do grupo Benetton, mais conhecido por sua marca de roupas. O grupo pretende injetar cerca de 300 milhões de euros para adquirir uma participação de cerca de 30%, segundo a imprensa.
A escolha da empresa acontece ao mesmo tempo em que a Atlantia está na mira do governo italiano, que pretende revogar as concessões da subsidiária Autostrade, responsável pela rodovia onde ficava a Ponte Morandi, cujo desabamento matou 43 pessoas em Gênova. Em uma publicação no Facebook, o vice-premier e ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Luigi Di Maio, afirmou que a escolha da Atlantia não significa que o governo irá recuar do seu plano de revogar a concessão da Autostrade.
"Deixe uma coisa ficar clara: nada e ninguém vai apagar os 43 mortos da Ponte Morandi. Nada e ninguém vai apagar a dor de suas famílias. Na revogação da concessão à Autostrade não recuamos em um centímetro! Vamos em frente. Menos palavras, mais fatos", escreveu Di Maio.
A Alitalia está sob intervenção do governo há mais de dois anos, em função de uma crise de liquidez que a deixou à beira da falência, e conseguiu seguir operando graças a um empréstimo-ponte de 900 milhões de euros feito pelo poder público em 2017.
A empresa é dividida entre a holding Compagnia Aerea Italiana (CAI), com 51%, e o grupo árabe Etihad Airways, com 49%. (ANSA)
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