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Tragédias do verão de 2022 mudam percepção dos franceses sobre mudança climática

19/08/2022 08h34

Seca, incêndios florestais, temperaturas de 40°C e, para completar, chuvas, inundações e um tornado com rajadas de ventos de até 224 km/h na ilha da Córsega deixam os franceses e a imprensa em estado de alerta. Este verão de 2022 entrará para os anais como o momento em que a França se conscientizou de que as catástrofes decorrentes da mudança climática não são um problema do futuro, mas uma realidade do presente.

O jornal Le Monde escreve em sua manchete: "A bacia do Mediterrâneo registra um aquecimento acelerado, mais rápido do que outras regiões do mundo". Além dos cinco mortos na Córsega, na madrugada de quinta-feira (18), vítimas do tornado que se formou em poucos minutos, inédito na memória dos habitantes, 38 pessoas morreram desde quarta-feira (17) na Argélia, na outra margem do Mediterrâneo. Isto em virtude de incêndios devastadores e temperaturas superiores a 48°C. As consequências desse aquecimento serão duradouras, adverte o Le Monde, com a elevação do nível do mar, a redução das áreas de plantio e ameaças aos ecossistemas.

O jornal Le Parisien busca responder a uma crescente controvérsia: os serviços de meteorologia falharam ao não emitir alertas sobre a formação do tornado na Córsega ou a intensidade das chuvas que inundaram o metrô de Paris esta semana? 

Especialistas afirmam que por mais que os modelos de previsão do tempo tenham sido aperfeiçoados nos últimos anos, é praticamente impossível prever a intensidade de fenômenos complexos como o que atingiu a Córsega. 

Condenação a investimentos em petróleo e gás

Já o Libération denuncia que o maior organismo de previdência do setor privado, que paga pensões de aposentadoria complementar a 13 milhões de franceses, tem em seu portfólio de investimentos 51% de ações de empresas poluentes, sobretudo do setor de petróleo e gás. 

No momento em que a energia proveniente de fontes fósseis estão condenadas e o planeta precisa substituí-las rapidamente por fontes renováveis, o jornal considera um absurdo que os franceses continuem financiando a indústria de petróleo e gás.  

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