Teich diz à CPI que só indicaria cloroquina com a comprovação de eficácia
Na CPI da Covid, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) questionou Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, se a cloroquina poderia ser melhor aceita caso o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tivesse feito propaganda da medicação, que não tem eficácia comprovada para combater a covid-19. Em resposta, Teich disse que "são duas situações distintas" e que é necessário que seja comprovada a eficácia do remédio.
Acho que são duas situações distintas. Uma é o presidente mostrar a caixa. A outra é o remédio funcionar ou não. A minha indicação do remédio depende da comprovação do funcionamento, independente do que o presidente faça Nelson Teich, ex-ministro da Saúde
O senador Eduardo Girão insistiu nos questionamentos sobre o uso da cloroquina e ao perguntar se Teich concorda com a autonomia médica para prescrição de medicamentos que têm sido indicados no "kit covid" para o "tratamento precoce".
A autonomia assume que todo médico tem conhecimento máximo sobre tudo que ele faz. Se isso não é verdade, a autonomia deve ser avaliada e acompanhada. Porque quando você permite que uma pessoa utilize de forma inadequada, acho que você pode estar prejudicando a sociedade Nelson Teich, ex-ministro da Saúde
Durante a oitiva da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, Teich deixou claro que se demitiu por divergir de Bolsonaro sobre o uso da cloroquina.
O ex-ministro geriu o Ministério por menos de um mês, entre os dias 17 de abril e 15 de maio de 2020. O médico oncologista assumiu a pasta após a saída do então ministro, Luiz Henrique Mandetta.
"A vida é feita de escolhas e eu hoje escolhi sair", disse Teich ao pedir demissão. O ex-ministro declarou que quem julgaria o presidente Bolsonaro não seria ele, mas sim "o futuro".
Na altura, a média móvel de mortes pela covid-19 no Brasil era de 706 óbitos por dia. Hoje, a média é de 2.361, com o país totalizando 411.854 óbitos pela doença.
Com colaboração de Nathan Lopes
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