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Após ser preso, piloto diz que fazia fotos para prefeito em voo no Maranhão

Piloto foi levado até delegacia após manobras perigosas em voo - Reprodução/Redes Sociais
Piloto foi levado até delegacia após manobras perigosas em voo Imagem: Reprodução/Redes Sociais
do UOL

Rafael Souza

Colaboração para o UOL, em São Luís (MA)

15/04/2021 15h14

Abalado com a repercussão negativa e pelo fato de quase ter ficado preso, Nivaldo Alves Correa, chamado de 'Cabeludo', explicou ao UOL por que fez um voo rasante próximo de banhistas na praia do Caju, em Nova Iorque, Maranhão, no dia 11 de abril.

O momento foi gravado por quem estava no local e foi comentado nas redes sociais. Segundo o piloto, ele estava atendendo a um pedido do prefeito Daniel Castro (PL), que queria fotos panorâmicas da região para fins de divulgação turística. Nivaldo disse ainda que não sabia que havia banhistas no local.

"Eu estava no aeroporto de Pastos Bons e um amigo meu, que faz as fotografias, me falou que a cidade estava em lockdown. Fomos juntos para tirar fotos de um balneário para ser divulgado na internet. Não existiu acrobacia, manobra, nada. Quando eu vi que tinham banhistas, eu arremeti e abortei as fotos"

As fotos solicitadas pelo prefeito não foram tiradas, segundo Nivaldo, porque não seria possível fazer com os banhistas no local. Ao UOL, ele enviou algumas imagens tiradas em Sucupira do Riachão, momentos antes de chegar a Nova Iorque.

Nivaldo - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Nivaldo teme perder seu avião após o ocorrido
Imagem: Arquivo Pessoal

Sobre o pedido do prefeito, Nivaldo disse que não cobrou e nem recebeu pelo 'trabalho', porque usa o avião apenas para passear. Procurado pelo UOL para comentar o assunto, o prefeito Daniel Castro não respondeu às mensagens.

Engenheiro mecânico por profissão, Nivaldo se diz um apaixonado pela aviação e já passou por situações difíceis devido a esse amor. Segundo a polícia, em 2012 ele foi detido por estar pilotando sem habilitação.

Desta vez, além de problemas com a autorização para voar, ele teme perder a aeronave, já que a Polícia Civil tenta apreender o avião junto à ANAC. O avião, inclusive, ainda está no nome do antigo proprietário e tinha feito seu primeiro e único voo no Maranhão.

"Essa história está me prejudicando, é muito ruim para meu histórico. Eu não faço isso. Eu sou um amante da aviação e lutei muito para conseguir comprar esse aviãozinho com muito esforço", conta o piloto.

Com pendências em sua habilitação para pilotar e ainda na documentação da aeronave, Nivaldo agora admite que não poderá voar tão cedo. Diz ainda que há 'inveja' por parte de autoridades e moradores em Nova Iorque por ele possuir um avião.

"Eu fiz curso e já voo há bastante tempo. Mas vou fazer novamente todos os exames e o voo de check para renovar minha habilitação. Estou vendo isso agora. Infelizmente, não posso voar agora. Muita inveja, muita falação. Dizem que é uma sucata (o avião). Não vou mais usar enquanto eu não regularizar", conta o piloto.

No dia do voo em Nova Iorque, Nivaldo chegou a ser preso após aterrissar na cidade de São João dos Patos. No entanto, foi solto na delegacia porque, segundo o delegado, o crime cometido foi de menor potencial ofensivo.

Nivaldo também precisou assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e deverá comparecer em juízo.

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