Manifestantes e forças de segurança vivem mais um dia de confrontos no Chile
Santiago (Chile), 19 nov (EFE).- Novos confrontos entre manifestantes e forças de segurança ocorreram nesta terça-feira em Santiago, um dia após os protestos contra a desigualdade social no Chile completarem um mês.
Os violentos distúrbios, nos quais os agentes dispararam bombas de gás lacrimogêneo e os manifestantes atiraram pedras, aconteceram nas ruas próximas à Praça Itália, o epicentro da revolta social, onde centenas de pessoas se concentraram.
O Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH), entidade pública e independente que acompanha as revoltas desde o início, informando diariamente os dados dos feridos e detidos, ressaltou a necessidade urgente de o Parlamento aprovar um projeto de lei para atualizar os protocolos policiais.
"É necessária uma profunda reforma da polícia chilena, uma tarefa que está sendo assumida pelo Congresso e que é essencial para superar bem esta crise", disse o diretor do órgão, Sergio Micco, depois de receber uma missão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que está no país para investigar supostas violações aos direitos humanos.
"Dissemos à CIDH como é importante estarem aqui no Chile, para que o mundo possa ver o que está acontecendo. Isso aumenta o controle na área de respeito aos direitos humanos", acrescentou Micco.
Segundo o INDH, a crise que eclodiu em 18 de outubro já custou a vida de pelo menos 23 pessoas - cinco delas supostamente pelas mãos de agentes das forças de segurança - e deixou 2.381 feridos hospitalizados, dos quais 222 têm lesões oculares graves.
A entidade também entrou com um total de 384 ações judiciais, das quais quase 70% são por tortura e abuso policial, embora também haja casos de homicídio e violência sexual. EFE
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