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Senado do México ratifica T-MEC, tratado que substitui o Nafta

19/06/2019 18h24

Cidade do México, 19 jun (EFE).- O Senado do México ratificou nesta quarta-feira o T-MEC, acordo comercial entre o país, Estados Unidos e Canadá que substitui o Tratado de Livre-comércio da América do Norte (Nafta), que entrou em vigor em 1994.

No segundo dia de um período extraordinário de sessões, os senadores aprovaram o T-MEC por um placar de 114 votos a favor, 4 contra e 3 abstenções, transformando o México no primeiro dos três países a fazê-lo.

As partes assinaram o novo tratado em 30 de novembro de 2018, no último dia de mandato do agora ex-presidente mexicano Enrique Peña Nieto, e para que entre em vigor deve ser ratificado pelos parlamentos dos três países.

A renegociação do Nafta começou em agosto de 2017, a pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o classificava como o pior acordo comercial da história do país.

Segundo o texto aprovado hoje no Senado do México, após 25 anos de vigência, o Nafta permitiu que o México ampliasse em 6,8 vezes o comércio praticado com o restante do mundo, posicionando-se assim como um destacado destino para investimentos estrangeiros diretos. Entre 1999 e 2018, o país recebeu US$ 539 bilhões desta forma.

"Uma das principais conquistas do T-MEC é manter o livre-comércio de todos os bens originários na região, por isso as exportações mexicanas deste tipo seguirão gozando de acesso especial e de isenção do pagamento de tarifas nos mercados americano e canadense", afirma o texto aprovado pelo Senado hoje.

O acordo comercial estabelece um mecanismo de revisão e conta com uma vigência de 16 anos, prorrogável por períodos similares.

López Obrador apresentou ao Senado o pedido para ratificar o T-MEC no dia 30 de maio. Na época, o presidente mexicano tentou desvincular o acordo às constantes críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, e a proposta de construir um muro na fronteira.

"São dois temas importantes. Primeiro, o do tratado, que agora estamos resolvendo e espero que seja definitivo, porque nos convém. E outro tema é o do fenômeno migratório , e para isso vamos continuar insistindo em lidar com as causas e buscar um acordo bilateral de cooperação para o desenvolvimento", disse López Obrador na ocasião.

O próprio Trump, no entanto, colocou o acordo sob risco no mesmo dia, ao ameaçar aplicar tarifa de 5% sobre todos os produtos importados do México, aumentando gradualmente a taxa até 25%, caso o México não atuasse para conter o fluxo migratório na fronteira.

Uma semana depois, os dois países anunciaram um acordo que prevê, por exemplo, o envio de 6 mil membros da Guarda Nacional do México para a região da fronteira. Em troca, Trump desistiu de taxar produtos importados do país vizinho. EFE

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