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Confronto deixa 12 mortos na fronteira entre Venezuela e Colômbia

18/06/2019 17h20

Caracas, 18 jun (EFE).- Um confronto entre grupos ilegais na fronteira da Colômbia com a Venezuela deixou 12 mortos e 20 feridos nesta terça-feira, além de duas pessoas que foram detidas pela polícia colombiana enquanto tentavam fugir do tiroteio.

"Temos o saldo de 12 mortos, assassinados pelo confronto entre grupos ilegais. Há mais de 20 feridos que foram baleados", disse o deputado opositor Franklyn Duarte, presidente da submissão da Assembleia Nacional da Venezuela para temas ligados à fronteira.

O incidente ocorreu na região conhecida como "Boca de Grita", no estado de Táchira, que faz fronteira com o departamento de Norte de Santander, na Colômbia.

As duas detenções ocorreram na área urbana do município colombiano de Puerto Santander. Ambos vestiam roupas militares e portavam uma pistola e um fuzil de assalto com carregadores e munição, detalhou a polícia em comunicado.

Eles foram identificados como Gerson Gregorio Rosario Aquino, conhecido como "Torombolo", e Jhon Jairo Durán Contreras, "O costeiro" ou "O menor", que foi ferido por arma de fogo. As autoridades locais suspeitam que os dois façam parte do grupo criminoso Los Rastrojos.

A deputada opositora Yajaira Forero também denunciou o confronto em uma audiência no plenário da Assembleia da Venezuela, controlada por Juan Guaidó, principal adversário político do presidente do país, Nicolás Maduro.

No discurso, Forero fez questão de ressaltar que as mortes ocorreram na véspera da visita da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, à Venezuela.

"Esperamos que a alta comissária acompanhe a grave situação da Venezuela", ressaltou.

Um porta-voz do governo de Táchira disse à Agência Efe não possuir qualquer informação sobre o incidente. Freddy Bernal, representante do governo de Maduro na região, também não confirmou o confronto entre grupos ilegais perto da fronteira com a Colômbia.

Incidentes similares têm sido frequentes na fronteira entre os dois países. No início de maio, uma pessoa morreu e três ficaram feridas durante uma troca de tiros em um atalho que liga a cidade de Ureña, na Venezuela, à Cúcuta, na Colômbia, e próximo à ponte internacional de Francisco de Paula Santander, fechada à época por ordem de Maduro.

Uma semana antes, outra pessoa foi ferida por uma bala perdida após um tiroteio nos arredores da Ponte Internacional Simón Bolívar, que conecta Cúcuta a San Antonio del Táchira.

Maduro determinou a reabertura para pedestres da fronteira da Venezuela com a Colômbia na região há dez dias. A passagem estava fechada desde fevereiro, quando Guaidó liderou uma tentativa de levar ajuda humanitária aos venezuelanos, movimento não permitido pelo governo chavista.

A circulação de veículos ainda está proibida. As pontes seguem bloqueadas por contêineres levados pelo regime de Maduro à região para impedir a tentativa de Guaidó. EFE

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