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Congressistas de Morales sabotam discurso de presidente boliviano

08/11/2024 13h43

Legisladores partidários do ex-mandatário boliviano Evo Morales sabotaram o discurso à nação que o presidente Luis Arce deveria fazer no Congresso, por ocasião de seu último ano à frente do governo.

Os parlamentares lançaram tomates e flores na mesa diretora presidida pelo chefe do Congresso e vice-presidente, David Choquehuanca, quando a sessão para receber o chefe de Estado era montada, constatou um jornalista da AFP. 

"Peço desculpas ao povo boliviano, aos deputados, senadores e aos convidados especiais por essa atitude vergonhosa de alguns assembleístas. A sessão para entregar o relatório da presidência não poderá ser instalada", disse Choquehuanca.

Os incidentes obrigaram o presidente a proferir sua mensagem à nação nos arredores do Congresso, no centro de La Paz. 

Morales e Arce, que foi ministro de Economia do líder indígena, disputam o controle da esquerda governista e a indicação para a eleição presidencial de 2025.

Sua luta pelo poder levou a protestos e bloqueios de estradas por parte dos partidários de Morales, que denunciam uma perseguição judicial e política para impedir que seu líder concorra novamente à presidência depois de governar a Bolívia entre 2006 e 2019.

Em meio a gritos e empurrões, alguns legisladores do Movimento ao Socialismo (MAS) impediram Arce de entrar na Câmara e fazer seu discurso.

Arce encerrará sua gestão de cinco anos em 8 de novembro do próximo ano e seus apoiadores encorajam sua reeleição, embora ele ainda não tenha revelado se buscará um segundo mandato.

"Não exagero quando digo que nosso governo está enfrentando um cerco e uma sabotagem prolongados, como nunca se viu na história recente da Bolívia", disse Arce. 

Segundo o presidente boliviano, as manifestações contra ele custaram ao país cerca de "4 bilhões de dólares" (23 bilhões de reais na cotação atual), devido à obstrução de estradas geralmente realizada por apoiadores de Evo Morales. 

Enquanto isso, o ex-presidente, no X, afirmou que "no final de seu quarto ano, o governo de Luis Arce traiu o povo boliviano". 

"É um governo neoliberal economicamente, antipopular socialmente e autoritário e repressivo politicamente", escreveu.

jac/vel/val/dd/aa/ic/yr

© Agence France-Presse

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