Ao negar que tenha orientado o ex-comandante da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, a atuar nas eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro o deixou sozinho nas investigações, afirmou o colunista Wálter Maierovitch no UOL News desta terça-feira (5).
Silvinei se tornou alvo de processo na CGU (Controladoria-Geral da União) por ter pedido votos a Bolsonaro ao longo da campanha de 2022. O ex-presidente compareceu ao depoimento como testemunha de defesa de Silvinei.
Carla Araújo, chefe da sucursal do UOL em Brasília publicou hoje que, em depoimento, Bolsonaro ainda citou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que era presidente do TSE na ocasião, dizendo que o próprio ministro falou que as eleições tinham ocorrido dentro da normalidade.
Maierovitch destacou que Bolsonaro tem o direito de não se autoincriminar, mas que a retórica do ex-presidente em relação à fala de Moraes está equivocada.
Bolsonaro evidentemente tirou o corpo, dizendo que não sabia de nada. Ele está interpretando errado [a frase de Alexandre de Moraes]. As eleições transcorreram de forma harmoniosa, os obstáculos foram superados, mas o obstáculo está aí nesta apuração: a intervenção que fez esse ex-comandante da Polícia Rodoviária Federal, que inclusive foi preso.
Bolsonaro tenta primeiro tirar o corpo fora - ninguém é obrigado a se autoacusar, mas, a partir do momento em que tira a responsabilidade dele, o ex-comandante fica sozinho. Por outro lado, volto a destacar, as eleições chegaram ao fim porque os obstáculos foram removidos, e um deles foi [essa] atuação vergonhosa do comandante.
Wálter Maierovitch
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