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Cemitérios lançam site com fotos de túmulos e acabam revelando vandalismo

Imagens dos jazigos podem ser consultadas em site da concessionária dos cemitérios do Araçá e de Santo Amaro - Cemitérios Cortel SP/Reprodução
Imagens dos jazigos podem ser consultadas em site da concessionária dos cemitérios do Araçá e de Santo Amaro Imagem: Cemitérios Cortel SP/Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

02/11/2024 11h17Atualizada em 02/11/2024 20h03

Os cemitérios do Araçá e de Santo Amaro, em São Paulo, lançaram neste Dia de Finados um site com um catálogo fotográfico dos túmulos, com o nome do falecido e a localização. O objetivo era ajudar a encontrar os jazigos, mas as imagens acabaram revelando o estado de abandono e vandalismo de algumas sepulturas.

O que aconteceu

O site mostra fotos dos túmulos dos dois cemitérios, com nomes dos falecidos e rotas no Google Maps. Cada túmulo teve as coordenadas geográficas posicionadas na plataforma de mapas. A plataforma de busca é aberta ao público.

A iniciativa acabou revelando um cenário de vandalismo generalizado. Os portões de muitas sepulturas foram removidos e substituídos por tijolos — situação frequente nos cemitérios de São Paulo, que já foi denunciada pelo Tribunal de Contas do Município em 2017.

Placas de metal com identificações e fotos dos falecidos foram removidas. O furto das peças é comum.

Catálogo de jazigos pode ser consultado pela internet - Cortel São Paulo/Reprodução - Cortel São Paulo/Reprodução
Catálogo de jazigos pode ser consultado pela internet
Imagem: Cortel São Paulo/Reprodução

Há ainda cenas de abandono, com túmulos destruídos. O mato alto tomou conta de alguns dos jazigos sem revestimento e a alvenaria de algumas sepulturas está quebrada.

Os dois cemitérios têm, somados, 26 mil jazigos. Segundo a concessionária Cortel, responsável pelos locais, o investimento no serviço de geolocalização foi de R$ 4 milhões.

Ao UOL, a concessionária dos cemitérios disse que o objetivo da geolocalização é também encontrar os responsáveis pelos jazigos. A Cortel SP afirma que existe uma campanha de recadastramento em curso para que os túmulos não fiquem abandonados. Em nota sobre a geolocalização dos jazigos, a empresa cita que entregou reformas em "salas de velórios, banheiros e de acessibilidade".

Trabalho de geolocalização durou um ano

Mausoléus do Cemitério do Araçá têm remendos com lonas e porta substituída por tijolos - Cortel São Paulo/Reprodução - Cortel São Paulo/Reprodução
Mausoléus do Cemitério do Araçá têm remendos com lonas e porta substituída por tijolos
Imagem: Cortel São Paulo/Reprodução

Ao todo, 350 mil documentos foram analisados pelas equipes da concessionária. As fotos dos túmulos, também feitas pela Cortel, foram comparadas com os dados dos documentos.

Expectativa é de que outros três cemitérios de São Paulo sejam catalogados até maio de 2025. Segundo a Cortel, as necrópoles São Paulo, Dom Bosco e de Cachoeirinha devem contar com o mesmo serviço até o Dia das Mães.

Há violações na parte externa do jazigo (molduras de fotos, placas de identificação, vaso e portões em bronze) e também na parte interna das sepulturas em busca de dentes e adornos de ouro - os chamados "garimpeiros".
Relatório do Tribunal de Contas do Município de São Paulo sobre o cemitério do Araçá, publicado em 2017

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