Dona de hotel de luxo e fã de motos: quem era mulher que morreu após lipo
Uma mulher que amava sair e era apaixonada por viagens e motos. Assim a advogada Mariana Batista Gontijo descreve sua prima, a empresária Fábia Portilho, 52.
Dona de um hotel de luxo em Goianésia (GO), Fábia morreu na terça-feira (7), após complicações decorrentes de uma cirurgia plástica, realizada em um hospital privado de Goiânia.
Quem era a empresária
Mariana conta que a prima era uma mulher de presença forte e chamava a atenção onde chegava. Ela tinha diferentes grupos de amigos e gostava muito de participar de festas.
Era uma pessoa muito carismática. Gostava muito de ir a festas, se divertir com amigos e de estar rodeada de pessoas. Ela gostava demais de viajar e teve a oportunidade de conhecer diversos lugares do mundo. Onde ela quis ir, ela foi, o que ela quis fazer, ela fez na vida. Mariana Batista Gontijo
Muito vaidosa, Fábia gostava de estar sempre bem vestida e cuidava muito da alimentação e do corpo.
"Ela andava sempre muito bem vestida, gostava de usar salto alto, óculos grandes e onde chegava chamava a atenção", conta a prima.
Apaixonada por adrenalina, Fábia gostava de pilotar motos e sempre participava de encontros de motociclistas. Passeios náuticos e andar de jet-ski também estavam entre suas atividades preferidas.
De uma família tradicional de Goianésia, a empresária era dona de um hotel de luxo e morava no local. Ela era a filha mais velha de três irmão e sempre se preocupava com o bem-estar de todos. A mulher não tinha filhos.
Ela era quem cuidava da família inteira, era muito companheira, aquela pessoa que estava presente em todas as situações e estava sempre pronta para ajudar. Mariana Batista Gontijo
Entenda o caso
Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar a morte da empresária após o procedimento estético. De acordo com informações do boletim de ocorrência, Fábia realizou uma mamoplastia e uma lipoaspiração no Hospital Unique, sob os cuidados do cirurgião plástico Nelson Fernandes, no sábado (4).
Ela teve alta e terça-feira (7) voltou ao hospital com fortes dores, porém o local não teria leito de UTI, segundo a família. Os parentes então solicitaram a transferência de hospital. Entretanto, o documento com laudo médico para liberação teria demorado cerca de três horas. Nesse tempo, o quadro clínico da empresária piorou e ela morreu na chegada a outra unidade.
A causa da morte foi apontada como tromboembolismo pulmonar gorduroso e choque obstrutivo.
A Polícia Civil de Goiás solicitou exame cadavérico para apurar se houve negligência médica por parte da clínica. Até o momento, o resultado do exame não foi divulgado. O caso é investigado pelo 4º DP de Goiânia.
Em nota ao UOL, o médico Nelson Fernandes disse que a empresária "não manifestou queixas em sua consulta de retorno pós-operatório e sua recuperação estava ocorrendo dentro do esperado". Fernandes disse ter atendido Fábia na terça-feira (7), até a família optar pela transferência.
Em nenhum momento deixei de prestar assistência à paciente, seguindo sempre os protocolos adequados e as práticas médicas recomendadas pelo Conselho Regional de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Estou à disposição da família para prestar todos os esclarecimentos. Prezar pela saúde e recuperação dos meus pacientes é prioridade absoluta em minha atuação médica, e o falecimento da Sra. Fábia me entristece profundamente. Nelson Fernandes, médico que atendeu Fábia na terça-feira (7)
O Hospital Unique nega ter havido negligência no atendimento, reconhece "a gravidade da situação" e disse estar "empenhada em fornecer todas as informações necessárias para esclarecer os fatos". Entretanto, ressaltou ser "cedo" para acusar o hospital e a equipe médica de negligência e destacou que a unidade "possui toda a estrutura necessária para atender casos complexos".
Unidade de saúde alegou que recomendou à família que não transferisse Fábia para outro hospital. "O Hospital Unique, em sua recomendação médica, na prudência peculiar, avaliou os riscos envolvidos e aconselhou contra a transferência até a estabilização da paciente. A condição crítica foi comunicada aos parentes, explicando os riscos envolvidos e a necessidade de aguardar a estabilização da paciente para a realização de um exame de tomografia. Mesmo assim, os parentes decidiram prosseguir com a transferência, assumindo total responsabilidade pela decisão."
Hospital ressaltou que adotou todos os protocolos de segurança recomendados. "O hospital irá colaborar integralmente com as autoridades competentes para apurar as circunstâncias do ocorrido. O Hospital Unique reforça que a segurança e o bem-estar de seus pacientes são prioridades absolutas e que continuará trabalhando incessantemente para assegurar os mais altos padrões de atendimento médico."
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