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Dono de casa onde idosos foram mortos nega ameaças a autora dos disparos

Mortes foram registradas no município de Peixoto de Azevedo - Reprodução
Mortes foram registradas no município de Peixoto de Azevedo Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

28/04/2024 23h17

O dono da casa onde dois idosos foram mortos em Peixoto de Azevedo (MT), em 21 de abril, disse que nunca ameaçou a autora dos disparos, como alega a defesa dela. A declaração foi dada em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, e ao Domingo Espetacular, da TV Record, neste domingo (28). O crime foi cometido pela mulher e pelo filho dela.

O que aconteceu

O produtor rural Erneci Polaco disse que a atiradora foi sua inquilina e entregou o imóvel com avarias. "No contrato, constava que ela tinha que entregar a casa do mesmo jeito que ela pegou. E nada aconteceu. Ela evadiu e não entregou a casa para nós, entregou a chave pro vizinho da oficina", contou à TV Record.

Polaco disse que acionou a Justiça contra a ex-inquilina, mas negou que a tenha ameaçado. A atiradora, a pecuarista Inês Gemilaki, alegou por meio de sua defesa que sofria ameaças do produtor rural.

O produtor rural lembrou que, no dia do crime, reuniu a família para celebrar o seu aniversário. "Eu estava deitado no sofá. Escutei um estouro. Levantei a cabeça e achei que era o pneu da caminhonete que tinha estourado, mas era impossível", relatou. "Vi uma pessoa subindo com espingarda na mão e a mulher vinha atrás com revolver na mão".

Polaco também foi alvo dos atiradores, mas não foi atingido porque a arma falhou. Um dos idosos mortos é seu sogro.

Eu mesmo não ameacei ela não. E tem um ano e pouco que nós não falamos mais com ela. Depois que ela saiu da casa, ela bloqueou a gente

Ela ficou atirando em mim e para todo lado aqui da casa. Eu me abaixei porque o filho dela começou a atirar no sofá com espingarda. Nisso, meu sogro cai nos meus pés, gemendo. Ela atirou dentro do olho dele.
Erneci Lavall Polaco

A delegada responsável pelo caso disse que ainda não é possível saber se a dívida de aluguel motivou o crime. "Nós não sabemos o que aconteceu, precisamos aprofundar para enxergar a real motivação desse crime", disse.

Mãe e o filho foram presos na terça-feira (23). Os dois foram gravados atirando nas vítimas e depois flagrados comprando bebidas durante a fuga.

Outros dois homens envolvidos na ação também foram detidos. Márcio Ferreira Gonçalves e o irmão dele, Eder Gonçalves Rodrigues, que confessou participação no assassinato, foram localizados em uma residência no município de Alta Floresta (MT). Márcio é esposo de Inês Gemilaki e teria dirigido carro que apoiou a fuga dela e do filho após o crime.

Relembre caso

Inês Gemilaki e o filho Bruno Gemilaki Dal Poz mataram dois idosos a tiros. Os atingidos faziam parte de um grupo de dez pessoas que estavam no local para um almoço.

Mãe e filho atiravam "de forma indiscriminada". Eles não deram nenhuma chance de defesa ou fuga para as vítimas, de acordo com a polícia.

Três pessoas foram atingidas. Pilson Pereira da Silva, 80 anos, e Rui Luiz Bolgo, 68 anos, morreram no local. Nas imagens, é possível ver quando a mulher entra na casa e atira em um idoso que está escondido atrás do sofá.

A terceira vítima é o padre José Roberto. Ele precisou passar por uma cirurgia, mas está bem.

Suspeitos registraram boletim de ocorrência contra o proprietário da casa horas antes do crime. O alvo dos criminosos não foi atingido pelos disparos, segundo a delegada Anna Paula Marien.

A família de Inês tinha dívidas com o homem, diz a polícia. "A suspeita locava o imóvel do proprietário e, ao sair, deixou algumas dívidas, o que gerou uma ação judicial. A partir daí, houve várias discussões e desentendimentos entre eles, o que resultou nesse crime bárbaro." As apurações ainda indicaram que o alvo dos criminosos teria feito ameaças públicas contra os investigados.

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