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RSF pede a candidatos do México compromisso com proteção a jornalistas

26/04/2024 14h16

Os candidatos presidenciais do México devem se comprometer, se chegarem ao poder, a tomar medidas para a proteção dos jornalistas, reivindicou, nesta sexta-feira (26), a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Um comunicado do grupo de defesa da liberdade de expressão ressaltou que, nos cinco anos e meio de Presidência do esquerdista Andrés Manuel López Obrador, que deixa o cargo em 1º de outubro, foram assassinados pelo menos 37 comunicadores.

"A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pede aos candidatos que se comprometam de uma vez por todas com a adoção de medidas concretas para proteger os jornalistas e lutar contra a impunidade", assinalou Artur Romeu, diretor do escritório da RSF na América Latina.

O documento destaca que, apesar de o combate à insegurança ser um tema central nas campanhas dos três candidatos presidenciais, nenhum deles se pronunciou sobre a "trágica" situação dos jornalistas no México.

"É indispensável que incluam propostas concretas a respeito em seus programas eleitorais e em suas propostas de campanha", acrescentou.

A candidata da situação, Claudia Sheinbaum, lidera por ampla margem as pesquisas, seguida da opositora Xóchitl Gálvez e de Jorge Álvarez Máynez, do minoritário Movimento Cidadão.

Os mexicanos comparecem às urnas em 2 de junho para escolher mais de 20.000 cargos eletivos federais e locais, incluído o presidente, a totalidade dos legisladores do Congresso bicameral e nove governadores estaduais.

Em seu relatório, a RSF lembrou que, ao assumir a presidência em 1º de dezembro de 2018, López Obrador prometeu: "Não haverá mais jornalistas assassinados."

"O balanço é desolador: além do número aterrador de repórteres que perderam a vida, não foi realizada nenhuma reforma do sistema de proteção dos jornalistas, apesar das recomendações sobre a matéria de organizações como a RSF", acrescenta a nota.

A organização também deplorou o fato de o mandatário esquerdista ter mantido de forma recorrente "um discurso hostil contra o trabalho dos meios de comunicação" em suas coletivas de imprensa matutinas.

López Obrador deixa "um dramático balanço, fruto da normalização da violência contra os jornalistas. Sua proteção não foi priorizada e permitiu-se que prosperasse uma espiral de violência contra a imprensa e um maior número de 'zonas de silêncio'", apontou Romeu.

Segundo um balanço da RSF, desde 1995, pelo menos 156 jornalistas foram assassinados por investigar temas relacionados com o crime organizado, a insegurança ou o narcotráfico, o que torna o México um dos países mais perigosos para a imprensa.

sem/dga/rpr/mvv

© Agence France-Presse

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