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Presidente iraniano promete responder de forma "severa" a qualquer ataque de Israel

16/04/2024 07h22

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, afirmou que Teerã responderá de forma "severa" a "qualquer ação" de Israel contra "os interesses do Irã", segundo um comunicado publicado nesta terça-feira (16) por seu gabinete. Israel prometeu reagir ao ataque sem precedentes com drones e mísseis de sábado (13) à noite executado pelo Irã contra o território israelense. A Jordânia declarou que vai abater mísseis ou drones que sobrevoarem o país, sejam iranianos ou israelenses. 

Com o correspondente da RFI em Amman, Mohamed Errami, e agências

"Nós declaramos de maneira firme que a menor ação contra os interesses do Irã vai, certamente, provocar uma resposta severa, extensa e dolorosa contra todos os seus autores", disse Raisi durante uma conversa por telefone com o emir do Catar, Tamim ben Hamad Al Thani, na segunda-feira (15).

Ao comentar o ataque do fim de semana, o primeiro a partir do território iraniano contra Israel, Raisi disse que Teerã exerceu o "direito à autodefesa".

O presidente explicou que Teerã visou os "centros" utilizados para organizar o bombardeio de 1º de abril, atribuído a Israel, contra o consulado iraniano em Damasco. O ataque matou sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo um general da unidade de elite Quds, responsável pelas operações no Líbano e na Síria, Mohamad Reza Zahedi.

Raisi afirmou que a operação foi "executada com sucesso, com o objetivo de punir o agressor".

O Exército israelense afirmou que o ataque foi "frustrado", pois 99% dos 350 drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro foram derrubados, com a ajuda dos Estados Unidos, Jordânia, França e outros países.

Segundo o porta-voz das Forças Armadas de Israel, os poucos projéteis que seguiram a trajetória "atingiram levemente" a base aérea de Nevatim, no sul do país, que permaneceu operacional.

Raisi denunciou mais uma vez o que chamou de "apoio cego de certos países ocidentais ao regime sionista", o que segundo ele é "uma causa de tensão na região", destaca o comunicado.

Instalações nucleares

O Irã suspendeu as operações em suas instalações nucleares no dia do ataque contra Israel, afirmou na segunda-feira o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi.

Grossi foi questionado sobre a possibilidade de um ataque de retaliação israelense contra instalações nucleares iranianas.

"Estamos sempre preocupados com esta possibilidade", respondeu.

"O que posso dizer é que os nossos inspetores no Irã foram informados pelo governo iraniano que no domingo todas as instalações nucleares que inspecionamos diariamente permaneceram fechadas por razões de segurança", acrescentou o diplomata.

O fechamento "não teve nenhuma consequência em nossas atividades de inspeção. Mas, certamente, continuamos pedindo máxima moderação", acrescentou.

Jordânia não quer ser parte da guerra regional

O ataque iraniano contra Israel provocou a ira da Jordânia, depois que dezenas de mísseis e drones iranianos atravessaram o céu do país na madrugada de domingo. Em um discurso diplomático duro e incomum, o ministro das Relações Exteriores Ayman Safadi disse que o exército jordaniano derrubaria qualquer míssil que sobrevoasse o país, seja ele originado do Irã ou mesmo de Israel.

"Todo drone ou míssil que penetrar no espaço aéreo jordaniano será imediatamente derrubado para proteger a Jordânia e a vida dos jordanianos. Antes deste ataque, derrubamos muitos mísseis e drones em nosso espaço aéreo", afirmou o ministro.

Ibrahim Al-Atoum, professor de Ciência Política da Universidade da Jordânia, considerou que a retórica do governo jordaniano em relação ao Irã e a Israel reflete a firme posição do país, que não quer se envolver na equação do conflito entre Teerã e Israel. "A posição jordaniana é politicamente avançada, especialmente porque recusa que o país seja uma arena para a troca de mensagens entre iranianos e israelenses", disse Ibrahim Al-Atoum à RFI.

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