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Reale Jr: 'É obrigatório relembrar torturados, presos e desaparecidos'

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/03/2024 13h00

É obrigatório relembrar o regime militar para evitar a repetição dos horrores praticados no período, disse o jurista Miguel Reale Jr. ao criticar o veto de Lula a atos institucionais em repúdio ao golpe de 1964.

Rememorar não quer dizer deixar de olhar o futuro. É projetar para que isso não se repita. Não vejo nenhum prejuízo de rememorar o que foi e o que significou [a ditadura militar]. Contesto o presidente Lula porque uma coisa não prejudica a outra. Elas estão interligadas, ainda mais nesse momento em que se tenta reeditar 64.

O 8/1 é 8/1 e 31/3 [data do golpe de 64]. As duas pontas estão ligadas e se vê que o discurso não é tão distante um do outro. Essas pessoas que não eram nascidas na época têm que ser ilustradas e educadas para saber o que aconteceu. Nada melhor para preparar o futuro do que esquadrinhar os erros do passado. Miguel Reale Jr., jurista.

Em entrevista ao UOL News nesta quinta (28), Reale Jr. destacou que revisitar o passado também permite honrar aqueles que forem perseguidos. Ele foi presidente por quase seis anos da comissão de mortos e desaparecidos do regime militar.

Era um cinema de terror durante esses anos todos, com estabelecimento da responsabilidade do Estado pela morte e tortura de vários daqueles que foram considerados opositores, ou até de inocentes que foram flagrados ou presos indevidamente,

É obrigatório que isso seja relembrado em memória daqueles que foram torturados, presos e cujos corpos ainda estão desaparecidos. Miguel Reale Jr., jurista.

Josias: Golpe de 64 é unha encravada; não há luz, mas pus no fim do túnel

Para Josias de Souza, o golpe militar de 64 ainda é uma ferida aberta no Brasil e Lula comete um erro ao deixar de abordar o assunto. O colunista disse que há tempo para Lula rever seu posicionamento, sob pena de "desrespeitar a história" do país.

Hoje, 1964 ainda é uma unha encravada na história do Brasil. Se a tentativa de golpe de 2022 serviu para alguma coisa, foi para mostrar que essa unha encravada ainda está cheia de pus. O presidente não pode se comportar como se enxergasse apenas luz no fim do túnel. Há pus no fim do túnel. É preciso discutir o que passou. Josias de Souza, colunista do UOL

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