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Papa encontra detentas, jovens e artistas em Veneza

28/04/2024 10h14

VENEZA, 28 ABR (ANSA) - O papa Francisco esteve neste domingo (28) em Veneza, onde visitou a prisão feminina "Giudecca" e o pavilhão da Santa Sé na Bienal,, se reuniu com jovens e comandou uma missa na Piazza San Marco.   

Na casa de detenção, o pontífice cumprimentou cerca de 80 detentas e criticou as dificuldades da vida no cárcere: "É uma realidade dura, e problemas como a superlotação, a carência de estruturas e recursos e os episódios de violência geram muito sofrimento. Mas pode se tornar um local de renascimento moral e material, em que a dignidade não é colocada em isolamento, mas promovida através do respeito recíproco e o cuidado de talentos e capacidades".   

"Quis encontrá-las para dizer que têm um lugar especial em meu coração. Gostaria que vivêssemos este momento não como uma 'visita oficial', mas como um encontro em que, pela graça de Deus, doamos uns aos outros tempo, oração, proximidade e afeto fraterno. Hoje todos sairemos mais ricos, talvez eu saia o mais rico, e o bem que trocamos será precioso", disse.   

"Não esqueçamos que todos temos erros para sermos perdoados e feridas que precisam de cuidado, eu também. E que todos possamos nos tornar feridos que levam cura, renascidos que levam renascimento. Renovemos hoje, eu e vocês, nossa confiança no futuro. Não fechem a janela, por favor, sempre olhem para o futuro, sempre com esperança", acrescentou.   

Já a artistas que encontrou na Bienal de Veneza, Jorge Bergoglio disse se sentir "em casa": "O mundo precisa de artistas. A multidão de pessoas de todas as idades que frequentam lugares e eventos de arte demonstram isso. Confesso que perto de vocês não me sinto um estranho, me sinto em casa. E penso que, na realidade, isso pode valer para todo ser humano, porque a arte tem o estatuto de 'cidade refúgio'.   

"Uma cidade que desobedece ao regime de violência e discriminação para criar formas de pertencimento humano capaz de reconhecer, incluir, proteger, abraçar a todos", acrescentou, pedindo que a arte contribua para "libertar o mundo de antinomias insensatas e já esvaziadas, mas que tentam prevalecer no racismo, xenofobia, desigualdade, desequilíbrio ecológico e na aporofobia, este terrível neologismo que significa 'fobia de pobres'".   

"Por trás disso há sempre a rejeição ao outro. Há o egoísmo que nos faz funcionar como ilhas solitárias em vez de como arquipélagos colaborativos." Francisco ainda exaltou o papel feminino na missão da arte: "É verdade que ninguém tem o monopólio da dor humana. Mas há uma alegria e um sofrimento que se unem no feminino de uma forma única e que devemos escutar, porque têm algo importante a nos ensinar. Penso em artistas como Frida Kahlo, Corita Kent ou Louise Bourgeois e tantas outras".   

Já em seu encontro com jovens, o Papa pediu iniciativa: "Levantem-se. Levantem-se do chão, porque somos feitos para o céu. Levantem-se das tristezas para levantar o olhar para o alto. Levantem-se para estar de pé diante da vida, não sentados no sofá. Todos têm um tesouro a compartilhar com os outros".   

"Para Deus você não é um perfil digital, mas um filho, que tem um Pai nos céus, e portanto você é filho do céu. Mesmo assim, às vezes nos encontramos lutando contra uma força de gravidade negativa que empurra para baixo. Uma inércia opressora que nos quer fazer enxergar tudo cinza. Vamos juntos. Ir sozinho, nas grandes coisas, não funciona. Não se isolem, busquem os outros, sigam caminhos em grupo sem cansar". (ANSA).   

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