Líbano: dois anos após a explosão popular, protesto perde fôlego na rua
Dois anos depois do início do movimento de protesto contra o poder local, que empurrou dezenas de milhares de pessoas às ruas, os libaneses voltaram a se manifestar neste domingo (17) na capital Beirute. Mesmo se eles ainda exigem a saída da classe política considerada corrupta, não existe mais fervor em suas principais demandas, no momento em que o país afunda na pior crise econômica e política de sua história.
Noé Pignède, correspondente da RFI em Beirute
Poucos ativistas foram neste domingo (17) às ruas de Beirute para celebrar o que ainda chamam de "a revolução" de 17 de outubro de 2019. Dois anos depois, os libaneses ainda não conseguiram a saída da classe política do poder, e os ânimos parecem se arrefecer.
Mas para Christina, uma das primeiras manifestantes, a luta continua. "Hoje, depois de dois anos, somos menos numerosos", admite ela. "Mas acredito que esse dia ainda é importante. Para mim, a esperança continua, porque a mudança não vai acontecer em dois ou três dias. Ela vai demorar", lembra a libanesa.
"Se desistirmos agora, não teremos mais nada"
Outra manifestante, Lara, também se recusa a desistir. A jovem ainda quer acreditar no despertar da rua no Líbano.
"A revolução já não é o que era, porque a maioria das pessoas não tem mais energia para ir para as ruas. Muitos não têm mais esperança neste país, mas há 1% ou 2% das pessoas que continuam a protestar até hoje e eu sou um deles. Nós esperamos, porque sempre temos esperança. Ainda haverá um longo caminho a percorrer. Não queremos desistir agora, isso é apenas o começo. Se desistirmos agora, não teremos nada", sublinha.
O Líbano, que enfrenta uma crise, assistiu a renovadas tensões intercomunitárias nos últimos dias, com confrontos entre xiitas e cristãos.
De acordo com os manifestantes, a explosão de violência mais uma vez ressalta a necessidade de acabar com o regime sectário no país.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.