Premiê italiano se mantém no cargo, mas promete ir ao Parlamento
A reunião durou menos de meia hora e ocorreu um dia depois de o centrista Itália Viva (IV), partido de Renzi, ter retirado seu apoio a Conte por discordar de suas políticas para a gestão de repasses do fundo de recuperação da União Europeia para o pós-pandemia.
Segundo nota da Presidência da República, o premiê expressou sua "vontade de promover no Parlamento o indispensável esclarecimento político, mediante comunicação às duas câmaras".
Mattarella também assinou um decreto que confere a Conte o cargo de ministro interino da Agricultura.
A pasta era chefiada por Teresa Bellanova, que renunciou na última quarta-feira (13), ao lado da ministra da Família, Elena Bonetti. Ambas pertencem ao Itália Viva, que rompeu com o governo após pouco mais de um ano de aliança.
"Existe uma dramática emergência a ser enfrentada, mas isso não pode ser o único elemento que mantém o governo vivo", disse Renzi, em referência à pandemia do novo coronavírus. Além da gestão dos repasses europeus, o ex-premiê critica as políticas econômicas e de comunicação de Conte.
Próximos passos - A saída do Itália Viva do governo fez o primeiro-ministro perder a maioria no Senado, mas sua decisão de não renunciar neste momento significa que ele pedirá um novo voto de confiança no Parlamento.
Conte tem o apoio do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) e de legendas nanicas do campo progressista, mas precisará atrair possíveis dissidentes no Itália Viva ou na oposição conservadora.
Renzi sempre foi arquirrival do M5S e é dissidente do PD, e sua entrada no governo Conte foi uma maneira de evitar eleições antecipadas em 2019, quando o líder de extrema direita Matteo Salvini retirou seu apoio ao premiê.
A coalizão conservadora liderada pelo ex-ministro do Interior divulgou uma nota nesta quinta-feira cobrando que Conte vá ao Parlamento para oficializar a crise. "A Itália, o Parlamento e o presidente da República merecem respeito. A situação é dramática, e Conte não pode fingir que nada está acontecendo", diz o comunicado.
A data para o primeiro-ministro se apresentar na Câmara e no Senado ainda não foi definida. Se Conte renunciar ou tiver de formar uma nova coalizão, a Itália terá seu 67º governo em quase 75 anos de era republicana.
Caso os partidos não consigam um acordo no Parlamento, o presidente Mattarella pode se ver forçado a convocar eleições antecipadas. (ANSA).
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