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Bolsonaro diz ter 'projeto pronto' contra a covid-19, mas não apresenta

"Se o Supremo der o devido comando a um poder central, estou pronto para botar meu plano?, disse Bolsonaro - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
'Se o Supremo der o devido comando a um poder central, estou pronto para botar meu plano?, disse Bolsonaro Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
do UOL

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

03/03/2021 15h34Atualizada em 03/03/2021 16h12

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje ter um "projeto pronto" contra a pandemia de covid-19, que atinge o país com mais força neste ano. No entanto, não deu detalhes de como seria seu plano. Em outro trecho de uma conversa com jornalistas, o presidente disse que vacinas, tratamento "precoce" e um spray ainda em estudo são as respostas do governo federal à crise sanitária no país.

"Se eu tiver poder para decidir, eu tenho o meu programa e o meu projeto pronto para botar em prática no Brasil", disse o presidente. "Preciso ter autoridade. Se o Supremo Tribunal Federal achar que pode dar o devido comando dessa causa a um poder central, que eu entendo ser legitimamente meu, eu estou pronto para botar meu plano..."

Ele fez as afirmações após uma reunião com diplomatas do Kwait em Brasília. Jornalistas questionaram-no sobre o aumento do número de mortes no país — aqui, os óbitos crescem 11%, enquanto caem 6% no resto do mundo. Ele respondeu que o governo atua com a vacinação, com o que chama de "tratamento precoce" e com a acordos para a futura utilização de um spray ainda em estudo em Israel.

"Vamos enviar sábado equipe nossa para Israel, para fazer contato com hospital que está desenvolvendo spray para casos graves de covid. Temos rascunho de acordo, memorando de intenções. Vamos buscar que a terceira fase desse spray possa ser usada no Brasil também."

O presidente disse que há escassez de vacinas em todo o mundo. "Alguns falam: "Tem que comprar". Me diga aonde?", afirmou Bolsonaro.

Presidente ironiza pedido de toque de recolher

Ele foi questionado sobre o pedido de secretários de Saúde por um toque de recolher nacional ou uma política nacional para o enfrentamento ao aumento de mortes. "Agora? Um ano depois? Lembraram de mim um ano depois?", ironizou Bolsonaro.

Ele criticou as medidas de isolamento físico e passou a responsabilidade ao STF, que, no ano passado, decidiu que governo federal, estados e prefeituras têm "competências concorrentes na área de saúde pública" para combater a pandemia de covid-19.

"Estão sendo pressionados pela população, que não aguenta mais ficar em casa, têm que trabalhar por necessidade. No que depender do Supremo..."

Mas, segundo Bolsonaro, na prática, isso significa que a palavra final está com os prefeitos. "Eu posso tomar uma medida e o governador uma medida mais restritiva e o prefeito mais restritiva do que o prefeito [sic] ainda."

O presidente disse que gostaria de ter o poder de decidir. "Infelizmente, o poder é deles. Eu queria que fosse meu." Bolsonaro respondeu que não poderia dar detalhes sobre o "projeto pronto" que afirmou possuir.

Pazuello vai avaliar pedidos de dinheiro

Bolsonaro disse que sempre se preocupou com as mortes causadas pelo coronavírus, mas que se atentou para os problemas econômicos causados pelas medidas sanitárias. "A economia tem que pegar. Estou preocupado com mortes, mas emprego também é vida".

Ele disse que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, vai analisar pedidos dos governadores por mais recursos financeiros para enfrentar a pandemia.

"Recursos não faltam para a gente atender nessa área de saúde, mas tem que haver previsão por parte dos governadores", afirmou Bolsonaro. "Nunca nos furtamos a liberar recursos. Foi liberada uma quantidade enorme. Não quero culpar ninguém de nada, mas foram recursos vultosos e grande parte do problema poderia ser solucionada."

A seguir, Bolsonaro ponderou que o país foi atingido por uma segunda onda de covid-19 com a variante P1 do coronavírus.

"Agora, veio uma segunda onda, uma cepa nova, que ninguém esperava. Parece que ontem os governadores pediram mais recursos. Vou falar com Pazuello. Tudo vamos fazer para preservar vidas."

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