Panamá anuncia diálogo nacional em meio à crise da pandemia
Panamá, 27 Nov 2020 (AFP) - O presidente do Panamá, Laurentino Cortizo, anunciou nesta quinta-feira (26) um diálogo nacional para tratar de diversos problemas que afetam o país, em meio a uma desaceleração econômica devido à pandemia de covid-19.
"Hoje me dirijo a cada panamenho para convocá-lo a um diálogo sincero, sensato e inclusivo para construir consensos e estabelecer um caminho que lance as bases para um Panamá melhor, mais justo e solidário", disse Cortizo em um discurso.
Por meio do diálogo, o governo pretende chegar a acordos com grupos empresariais, sindicatos, grupos sociais e partidos políticos em temas como saúde, educação e seguridade social.
"Todos concordamos que vivemos tempos difíceis e sem precedentes", acrescentou o presidente.
O processo, de participação individual ou coletiva, deverá ser concluído em novembro de 2021 com um "pacto de Estado".
O secretário-geral do combativo sindicato da construção Suntracs, Saúl Méndez, não ficou satisfeito com a convocação, alegando que nas negociações "não aparecem os [assuntos] do trabalho" e "a crise continua a pesar sobre os trabalhadores".
"Estamos dispostos a dialogar, mas não podemos esperar um ano para ver como a economia será reativada", afirmou, por sua vez, o presidente do opositor Cambio Democrático (Mudança Democrática), Rómulo Roux.
O apelo chega em um momento no qual o Panamá tem o maior número de infecções por covid-19 na América Central em números absolutos e um colapso de sua atividade econômica.
A Controladoria do Panamá indicou esta semana que no primeiro semestre de 2020 a atividade econômica do país centro-americano "contraiu 18,9%".
De acordo com a Controladoria, a infraestrutura logística e financeira não se deteriorou, mas o impacto negativo da crise se refletiu na diminuição do uso do Canal do Panamá, a Zona Franca de Colon (no norte do país), o transporte aéreo, o comércio e a construção.
A convocação de Cortizo ocorre em um momento de grande descontentamento social em vários países latino-americanos.
"Os conflitos terminaram em processos de diálogo" e pode ser "que o governo esteja se antecipando" para evitar uma crise, disse à AFP Harry Brown, diretor do Centro Internacional de Estudos Políticos e Sociais.
No entanto, "resta ver se os atores panamenhos têm o desejo de dialogar", acrescentou.
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