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O que se sabe sobre a megaexplosão que lançou 'nuvem cogumelo' no céu de Beirute; veja imagens

04/08/2020 13h45

Incidente deixou pelo menos pelo menos 70 mortos e 3 mil feridos. Além das vítimas, a explosão impactou prédios e provocou incêndios pela cidade; confira vídeo do momento da explosão.

*Atualizada às 15h16 de 05/08

Uma forte explosão na região portuária de Beirute, capital do Líbano, deixou ao menos 135 mortos e 4 mil feridos nesta terça-feira (4/8), segundo o governo do país.

Conforme mostram vídeos e fotos que correram o mundo, a explosão produziu uma enorme nuvem em formato de cogumelo e, depois, provocou enorme destruição na cidade, com incêndios, prédios balançando e vidros e carros quebrados a dezenas de metros do local. Aparentemente, diversos edifícios sofreram danos estruturais.

A explosão pôde ser ouvida a 240 km de distância, na ilha de Chipre, no Mediterrâneo.

O presidente libanês Michel Aoun disse que a explosão foi causada por 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio que estavam armazenados sem segurança no de Beirute.

O chefe da alfândega, Badri Daher, disse que sua agência pediu para que o composto químico fora removido, mas isso não aconteceu. O governo do Líbano diz que uma série de funcionários do porto de Beirute foram colocados em prisão domiciliar até o encerramento da investigação sobre as causas da explosão.

O presidente declarou também três dias de luto, um estado de emergência de duas semana na capital e um fundo emergencial no valor de 100 bilhões de liras (cerca de R$ 350 milhões).

Um jornalista da BBC que esteve na região atingida relatou um cenário desolador, com corpos na rua e tamanha destruição que interrompeu as atividades do porto.

O ministro da saúde do Líbano, Hamad Hasan, declarou que o estrago causado pelo acidente foi extenso. Hospitais estão recebendo dezenas de pessoas atingidas pela explosão.

Um médico do hospital St. Joseph, a menos de 2km da explosão, disse ao jornal britânico The Guardian que dezenas de pessoas que estavam sendo trazidas para serem tratadas não puderam ser atendidas porque o hospital tinha sido destruído.

"Estão trazendo pessoas, mas não podemos tratá-las. Estão deixando-as fora, na rua, porque o hospital está destruído, o Pronto Socorro foi destruído", disse ele.

A Cruz Vermelha no Líbano, por sua vez, disse que está recebendo milhares de chamadas em seu número de emergência e pediu para que apenas telefonem em casos graves.

https://www.youtube.com/watch?v=U-avg-BSo7U&feature=youtu.be

Contexto de tensão no país

A explosão ocorre em um país com contexto já delicado, incluindo a pior crise econômica desde a guerra civil de 1975-1990.

A situação traz à tona divisões profundas da sociedade libanesa, com muitos culpando a elite dominante na política de acumular riquezas em detrimento de realizar as amplas reformas para resolver os problemas do país.

Faz parte da rotina de boa parte da população cortes diários de energia, falta de água potável e acesso limitado à saúde pública.

A pandemia de coronavírus colocou o sistema de saúde sobre pressão ainda maior, somada agora à chegada de milhares de feridos pela explosão nos hospitais da cidade.

Na semana passada, também houve um episódio tenso envolvendo a fronteira com Israel, que afirmou ter desarmado uma tentativa do Hezbollah, baseado no Líbano, de se infiltrar no território israelense. Em conversa com a BBC, porém, uma autoridade israelense afastou a possibilidade de que seu país pudesse ter alguma conexão com a explosão de Beirute.

O ocorrido nesta terça-feira vai ao encontro ainda de outro episódio sensível no país. A explosão aconteceu perto de onde um massivo atentado a bomba matou o ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, em 2005. É esperado para os próximos dias o veredicto de um julgamento de quatro homens acusados de orquestrar o ataque.


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https://www.youtube.com/watch?v=Kj1O8vg3d_g

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