Marco Lucchesi é reeleito para terceiro mandato na ABL
O professor, poeta e escritor Marco Lucchesi foi reeleito hoje (5) por unanimidade para a presidência da Academia Brasileira de Letras (ABL) para um período de quatro anos. Essa foi a primeira vez desde Austregésilo de Athayde que um presidente fica no cargo por três mandatos consecutivos. Athayde presidiu a ABL de 1959 a 1993.
À Agência Brasil, Marco Lucchesi esclareceu que houve uma mudança regimental antes de sua eleição, ficando decidido que quatro anos seria o tempo ideal para a realização de projetos mais intensos na instituição, em vez do período de dois anos que vigorava anteriormente. A eleição é renovada a cada ano, para confirmar a permanência da chapa vencedora. "Começará o terceiro mandato agora", disse Lucchesi.
Prioridades
O presidente reeleito da ABL quer trabalhar para aprofundar a reforma administrativa da instituição, "que eu considero muito importante", desenvolver a perspectiva social e cultural da academia e implementar a questão da língua portuguesa. Lucchesi deseja também dar continuidade a todas as atividades sociais de aproximação com as populações indígena, quilombola e penitenciária e também com os deficientes visuais.
"A partir de um encontro importante com o Instituto Benjamin Constant, nós começamos a dar ao Brasil e às bibliotecas brasileiras voltadas para a área da deficiência visual uma série de elementos como CDs, DVDs. Nós queremos seguir os estatutos dos nossos fundadores, nossa cláusula pétrea, estabelecidos por Machado de Assis e por sua geração, mas, naturalmente, aprofundando os desafios atuais, porque nós não estamos fechados em uma torre de marfim. Nós olhamos o Brasil e temos um compromisso com a cultura brasileira, defendendo a cultura democrática, a cultura republicana. Nós estamos aqui para pensar a cultura", manifestou.
Unanimidade
Ser reeleito por unanimidade deixou Marco Lucchesi muito feliz. Ele esclareceu, entretanto, que na verdade a assembleia dos imortais é responsável pela casa. "Os 40 (imortais) somos responsáveis pelos destinos da casa. Naturalmente, escolhe-se uma diretoria, mas estamos todos em uma perspectiva de colegiado, de coletivo. Acho que isso é considerar uma refundação democrática das instituições. Nós somos uma instituição viva e coletiva. Acho que isso é importante".
Constituem a chapa única oficial vencedora da eleição de hoje, além do presidente Marco Lucchesi, o secretário-geral, Merval Pereira; o primeiro-secretário, Antônio Torres; o segundo-secretário, Edmar Bacha; e o tesoureiro, José Murilo de Carvalho.
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