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Constituinte da Venezuela pretende retirar imunidade de mais opositores

22/05/2019 22h42

Caracas, 22 mai (EFE).- O presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou nesta quarta-feira que mais deputados opositores aumentarão a lista dos 14 que já perderam sua imunidade parlamentar por respaldar uma fracassada revolta militar contra o governo de Nicolás Maduro.

"Ontem me disseram que já entraram outros deputados nesta lista dos quais é preciso suspender a imunidade parlamentar", disse Cabello, número dois do chavismo, durante seu programa semanal de televisão, transmitido pela emissora estatal "VTV".

Nesse sentido, o governista ressaltou que na Venezuela "não vai haver impunidade" depois do levante do último dia 30 de abril liderado pelo chefe do parlamento, Juan Guaidó, que é reconhecido como presidente interino do país por mais de 50 governos.

"Como nós não matamos, não perseguimos e não desaparecemos ninguém, então a Justiça tem que funcionar", acrescentou.

A ANC, integrada apenas por governistas e não reconhecida por várias nações, suspendeu a imunidade parlamentar de 14 legisladores atribuindo-se competências exclusivas do parlamento, que é controlado pela oposição.

O órgão chavista, liderado por Cabello, atua com o respaldo do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que considera que os 14 deputados opositores penalizados até agora agiram de maneira flagrante no levante e, portanto, não merecem pré-julgamento de mérito como legisladores, mas sim serem processados por cortes ordinárias.

Entre os crimes pelos quais os opositores são acusados estão o de traição à pátria, conspiração, rebelião civil e instigação à desobediência e à insurreição .

Nas últimas semanas, Cabello advertiu sobre a retirada de imunidades parlamentares que terminaram se cumprindo, sempre com o sinal verde da Justiça e o apoio unânime da ANC.

Além disso, o dirigente chavista garantiu hoje que o primeiro vice-presidente do parlamento, Édgar Zambrano, não está desaparecido, como denuncia sua defesa, mas está "bem preso" e "seguirá ali" enquanto avança a investigação sobre o levante.

Até agora Zambrano é o único dos 14 legisladores atrás das grades, uma vez que maioria está na clandestinidade, enquanto quatro se refugiaram em embaixadas e pelo menos um se exilou na Colômbia. EFE

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