Justiça proíbe jingle de Melo que chama Maria do Rosário de 'Mariazinha'
Candidato à reeleição em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), deve parar de usar jingle em que chama Maria do Rosário (PT) de "Mariazinha". A decisão foi publicada hoje pelo TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul).
O que aconteceu
O uso do diminutivo mostra possível discriminação de gênero, considerou o desembargador Francisco Thomaz Telles. "A redução do nome da candidata, em fala musicada jocosa, claramente produz o efeito de 'diminuir' e depreciar a sua condição de mulher", diz o documento.
Melo deve cessar a veiculação da música imediatamente, sob pena de multa de R$ 30 mil por dia. Em nota, a campanha de Melo diz que a determinação já foi cumprida, e o nome de Rosário, substituído. Eles disseram também que a música fazia apenas uma "crítica política".
Inserções do prefeito no rádio dizem: "A Mariazinha tentou falar em corrupção, mas esqueceu que o PT nesse assunto, é campeão". Para a defesa de Maria do Rosário, a propaganda ofende a honra da candidata e a vincula a episódios com os quais ela não teve relação. Além disso, diz que o jingle é "infantil, jocoso e um tanto misógino".
O juiz da primeira instância havia negado o pedido da campanha petista. Para José Ricardo de Bem Sanhudo, que assina o documento, o jingle é "debochado", mas não "agressivo ou claramente ofensivo", o que não autorizaria interferência judicial. A defesa de Maria do Rosário recorreu, e a decisão foi revertida.