Buscas por desaparecidos em naufrágio de veleiro na Sicília continuam
As buscas pelos seis desaparecidos no naufrágio de um superveleiro de luxo perto de Palermo (Sicília), na Itália, continuam nesta segunda-feira (19). A embarcação, com 22 pessoas a bordo, foi surpreendida de madrugada por uma tempestade, segundo os serviços de emergência. Uma pessoa morreu.
"Esta manhã (segunda-feira), por volta das 5h (meia-noite em Brasília), na sequência de uma violenta tempestade, um veleiro de 56 metros, chamado Bayesiano, com bandeira britânica, afundou na costa de Porticello", uma cidade costeira a cerca de 15 km a leste de Palermo, disse a guarda costeira em comunicado.
No meio da noite, ventos violentos e uma forte chuva varreram a costa, causando danos materiais a diversos estabelecimentos, segundo veículos de comunicação italianos, que afirmaram que a zona foi atravessada por uma tromba de água.
Doze passageiros e dez tripulantes estavam a bordo do iate, a maioria deles cidadãos britânicos, segundo a mídia italiana.
Quinze pessoas foram resgatadas e sete estavam inicialmente desaparecidas - um tripulante e seis passageiros, de nacionalidade britânica, americana e canadense. O corpo de um membro dos tripulantes foi posteriormente encontrado nos destroços do veleiro. Oito sobreviventes foram transportados para hospitais locais.
Charlotte, uma passageira britânica de 35 anos que estava a bordo com o marido, colegas de uma empresa londrina e alguns parentes, disse que chegou a perder a filha de um ano "por dois segundos" na água, mas conseguiu recuperá-la.
"Eu imediatamente a abracei em meio à fúria das ondas. Muitos gritavam. Felizmente, o bote salva-vidas estava inflado e 11 de nós embarcamos", disse ela à agência Ansa. A mulher e seu bebê foram hospitalizados, mas estão fora de perigo.
Entre os sobreviventes, a maioria britânicos, estavam também dois franco-britânicos, um cidadão do Sri Lanka, um neozelandês e um irlandês, de acordo com a mídia italianas.
Na manhã de segunda-feira, o sol voltou e o mar estava mais calmo, permitindo que as equipes de resgate realizassem buscas com um helicóptero, mergulhadores e embarcações da guarda costeira ao redor dos destroços do barco, localizado a 50 m de profundidade.
Tromba d'água
Segundo relatos da imprensa, o veleiro, que havia ancorado a cerca de 700 metros do porto de Porticello, encontrou-se no caminho de uma tromba d'água, fenômeno cada vez mais observado na Europa nos últimos anos.
"Estivemos lá primeiro para ajudar, mas não encontramos ninguém no mar, só almofadas e os restos do barco, ligamos imediatamente para o porto", disse à AFP Fabio Cefalù, um pescador que viu a perturbação atmosférica se aproximando "por volta das 3h30 da manhã", no horário local (22h30 de domingo no horário de Brasília).
"O barco estava todo iluminado. Por volta das 4h30, já não estava lá. Um lindo barco onde tinha havido uma festa. Um dia normal de férias passado feliz no mar transformou-se em tragédia", disse uma testemunha, citada pela Agência de notícias italiana Ansa.
Outro veleiro que estava próximo, mas felizmente não estava no caminho do tornado, também prestou assistência enquanto esperava a chegada de ajuda, informou a mídia.
O iate que afundou, batizado de "Bayesian", foi construído na Toscana em 2008 e depois restaurado em 2020, segundo o site TGCom 24. Fotos publicadas nas redes sociais mostram um luxuoso iate com casco azul-marinho e deck de madeira clara.
Este tipo de iate possui mastro principal de alumínio considerado o maior do mundo, com 75 metros de altura.
Uma investigação foi aberta sob a coordenação da Autoridade Judiciária de Termini Imerese.
(Com informações da AFP)