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Porto Alegre: Bomba é desligada e bairros centrais começam a ser evacuados

do UOL

Do UOL, em São Paulo

06/05/2024 17h05Atualizada em 06/05/2024 21h21

A Prefeitura de Porto Alegre anunciou, nesta segunda-feira (6), o desligamento da casa de bombas 16, localizada na região da Cidade Baixa e do Menino Deus, na região central da capital. Após pedido das autoridades, moradores dos dois bairros começaram a deixar a região.

O que aconteceu

A água na região da casa de bombas 16 estava subindo, segundo o prefeito, ao ponto de atingir o painel elétrico da unidade. "Essa casa de bombas foi desligada em razão do choque que as pessoas começaram a ter, especialmente o operador", explicou o prefeito Sebastião Melo (MDB), em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (6).

Segundo o Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos), as casas de bombas ajudam a escoar a água da chuva com uma cota de até três metros. Porém, o nível de inundação superou os cinco metros, o que prejudicou o bombeamento.

Após a coletiva, a prefeitura confirmou o desligamento de mais uma casa de bombas. A casa de bombas 12, que também atua na região, foi desligada por não suportar a quantidade de água e em meio ao risco de choque.

Região deve ser evacuada. Em alerta emitido horas antes da entrevista, a CEEE Equatorial, que administra a energia na cidade, informou sobre o desligamento da casa de bombas 16. "A água está avançando rapidamente pela região da Cidade Baixa e do Menino de Deus. Orientamos que as pessoas atingidas busquem local seguro na casa de familiares ou nos nossos abrigos temporários", diz a companhia elétrica.

Com esse anúncio, Porto Alegre tem apenas quatro das 23 casas de bombas operando na cidade. A prefeitura não informou a lista dos outros bairros impactados pelo desligamento das outras casas de bombas porque as regiões já estariam inundadas.

Vias bloqueadas dificultam saída de moradores. Porto Alegre tem 62 vias totalmente e 13 parcialmente bloqueadas. O acesso seguro de entrada e saída da Capital é por meio da RS-118, RS-040 e avenida Bento Gonçalves, informou a Prefeitura de Porto Alegre, em nota.

Outras bombas estão fora de operação

Além da casa de bombas 16, as unidades 13 e 14, que atuam na mesma região, apresentaram falhas e também estão desligadas. Essa segunda está em processo de reativação.

Segundo a prefeitura, a casa de bombas 15 opera parcialmente.

Melo destacou que não há previsão para reativar a casa de bomba 16. "Sobre o religamento, temos que revisitar essa casa de bombas. Porque se o quadro elétrico está tomado pela água, não dá para religar. Tem que esperar baixar a água [...] Não é uma coisa que se resolve de hoje para amanhã", explicou.

Racionamento de água

Mais cedo, a Prefeitura de Porto Alegre decretou racionamento de água na cidade.

Decreto diz que água deve ser usada exclusivamente para abastecimento e consumo pessoal. O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da cidade nesta segunda-feira (6).

Prefeitura pede para evitar lavagens de carros, calçadas e fachadas. A orientação também vale para regas de jardins e gramados, além do uso em salões de beleza, clínicas estéticas, academias e banho e tosa de animais.

Prazo é até quando o abastecimento em Porto Alegre voltar ao normal. "Estamos buscando alternativas em diferentes frentes, mas a consciência de cada cidadão é decisiva para não piorar o cenário", disse o prefeito Sebastião Melo (MDB).

RS tem 458 mil sem luz e mais de 750 mil sem água

270 mil clientes da concessionária RGE Sul sem energia elétrica. O número representa 8,8% do total de clientes. A maioria vive em regiões inundadas ou em locais com impedimento de acesso das equipes, informou a distribuidora.

No boletim das 18h, a Defesa Civil declarou que a CEEE Equatorial não informou o número de clientes sem energia. Porém, nas redes sociais, às 15h (horário de Brasília), a empresa comunicou que 188 mil clientes estão sem energia na área de concessão da companhia, de acordo com o último levantamento feito nesta segunda-feira. Eldorado do Sul, Guaíba, Porto Alegre, Alvorada e Viamão são os mais afetados.

São 750.364 clientes sem água, de um total de 6 milhões de clientes da Corsan no RS. Há ainda dezenas de municípios sem serviços de telefonia e internet das companhias Tim, Vivo e Claro, segundo a Defesa Civil.

Rodovias também foram afetadas. Nesta segunda (6), 99 trechos em 42 rodovias estão com bloqueios totais ou parciais, entre estradas e pontes, segundo a atualização das 18h, realizada pela Defesa Civil.

Mortes sobem para 85 e chuvas afetam mais de 1 milhão

Defesa Civil informou que subiu para 85 o número de mortos em razão das fortes chuvas. A última atualização foi divulgada no início da noite desta segunda-feira (6).

Autoridades ainda investigam quatro mortes que podem estar relacionadas aos temporais. São 134 desaparecidos e 339 feridos, segundo o boletim da Defesa Civil Estadual.

Ao todo, 1.178.226 pessoas foram afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Ao menos ficaram 153.824 desalojadas e 47.676 estão em abrigos.

Dos 497 municípios gaúchos, 385 sofreram alguma consequência dos temporais. Na região metropolitana de Porto Alegre, a água deixou pessoas ilhadas e fechou hospitais em Canoas. O clima é de "zona de guerra".

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