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Taiwan reconhece dificuldade em participar da assembleia da OMS neste ano apesar de apoio

02/05/2024 10h47

Por Ben Blanchard

TAIPÉ (Reuters) - As autoridades de Taiwan reconhecem que será difícil para a ilha participar da assembleia anual da Organização Mundial da Saúde (OMS) deste ano, mas esperam que mais países apoiem sua presença, disse o ministro das Relações Exteriores taiuanês nesta quinta-feira, após os Estados Unidos pressionarem por um convite.

Taiwan é excluída da maioria das organizações internacionais devido às objeções da China, que considera a ilha como seu próprio território.

A ilha participou da Assembleia Mundial da Saúde como observadora de 2009 a 2016, sob a administração do então presidente Ma Ying-jeou, que assinou acordos comerciais e de turismo importantes com a China.

Mas Pequim começou a bloquear a participação de Taiwan em 2017, depois que a presidente Tsai Ing-wen conquistou o cargo por sua recusa em concordar com a posição chinesa de que tanto a China quanto Taiwan fazem parte de "uma só China".

Falando a repórteres no Parlamento, o ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, observou uma declaração de quarta-feira do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na qual ele disse que os EUA "encorajam fortemente" a OMS a restabelecer o convite de Taiwan.

"Quando se trata de participar da assembleia deste ano, pode haver algumas dificuldades, mas continuamos trabalhando duro, como antes, para conseguir que mais países nos apoiem", disse Wu, sem entrar em detalhes.

A assembleia anual da OMS deste ano começa em 27 de maio, apenas uma semana após a posse do presidente eleito de Taiwan, Lai Ching-te. A China não gosta de Lai, acusando-o de ser um separatista perigoso, e tem rejeitado seus repetidos pedidos por diálogo.

Taiwan, que tem permissão para participar de algumas reuniões técnicas da OMS, diz que sua exclusão prejudicou os esforços para combater a pandemia da Covid-19.

Segundo declaração de Blinken, os EUA elogiam a OMS por tomar medidas para envolver Taiwan de forma mais significativa em seu trabalho técnico no ano passado e por melhorar as linhas de comunicação.

"No entanto, a exclusão contínua de Taiwan desse proeminente fórum global de saúde prejudica a cooperação e a segurança da saúde pública global inclusiva", acrescentou ele. "Convidar Taiwan para observar a assembleia é um passo extremamente importante para afirmar a meta da OMS de 'Saúde para Todos'"

O Ministério das Relações Exteriores da China disse que se opunha "veementemente" aos comentários de Blinken, que, segundo o ministério, em sua essência, tolera e apoia o separatismo de Taiwan.

A OMS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Nos últimos anos, a China tem aumentado a pressão diplomática e militar contra Taiwan para forçar a ilha a aceitar a soberania chinesa.

O governo de Taiwan rejeita as reivindicações da China e diz que somente os 23 milhões de habitantes da ilha podem decidir seu futuro e que Pequim não tem o direito de falar ou representar Taiwan no cenário internacional.

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