'Acidente nuclear' em usina ucraniana está 'perigosamente' próximo, alerta AIEA
"Estamos nos aproximando perigosamente de um acidente nuclear" na usina ucraniana de Zaporizhzhia, advertiu, nesta segunda-feira (15), o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, ao condenar os ataques recentes contra a maior central nuclear da Europa.
A usina de Zaporizhzhia (ZNPP), situada no sul da Ucrânia e ocupada desde março de 2022 pela Rússia, sofreu uma série de ataques com drones desde 7 de abril, dos quais Moscou e Kiev se acusam mutuamente.
Esses "ataques temerários", os primeiros voltados diretamente contra a maior central elétrica da Europa desde novembro de 2022, "devem cessar imediatamente", defendeu o argentino Rafael Grossi em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU dedicada a esse assunto.
"Embora, felizmente, não tenham causado um incidente radiológico desta vez, aumentaram enormemente o risco na central de Zaporizhzhia, onde a segurança nuclear já está comprometida", acrescentou o diretor-geral da AIEA, que conta com especialistas no local.
Além disso, estabelecem um "perigoso precedente, ao terem atingido com sucesso a estrutura de contenção de um reator".
"Dois anos de guerra pesaram muito sobre a segurança da central nuclear de Zaporizhzhia. Cada um dos sete pilares da segurança nuclear da AIEA foi comprometido. Não podemos ficar de braços cruzados e esperar que um último peso incline a balança", suplicou.
"Estamos nos aproximando perigosamente de um acidente nuclear", insistiu, ao também pedir que "não se permita que um jogo de dados decida o que acontece amanhã".
Embora os seis reatores da central estejam agora em desligamento a frio, "os perigos potenciais de um acidente nuclear grave continuam sendo muito reais".
Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, o conselho de governo da AIEA adotou quatro resoluções que condenam as ações da Rússia contra as instalações nucleares ucranianas.
A central de Zaporizhzhia fica na cidade de Enerhodar, às margens do rio Dnieper, e foi alvo de ataques e bombardeios nos dois últimos anos.
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