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Temer diz que Bolsonaro se 'descontrolou' e pede mais cautela do presidente

Michel Temer tem se aproximado de Bolsonaro e foi convidado para chefiar a missão brasileira ao Líbano - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Michel Temer tem se aproximado de Bolsonaro e foi convidado para chefiar a missão brasileira ao Líbano Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

25/08/2020 14h48

O ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) afirmou hoje em entrevista à Rádio Bandeirantes que Jair Bolsonaro (sem partido) se descontrolou um pouco ao ameaçar jornalista do jornal O Globo.

Apesar do incidente, Temer — que vem dando conselhos ao presidente — disse que observou uma melhora no comportamento do presidente nos últimos meses.

"Tenho a impressão que Bolsonaro se descontrolou um pouco. Mas sempre há tempo de consertar", declarou o ex-presidente. "Nós temos essa tendência humana de retrucar, mas, em função da posição que ocupa, ele tem que se acautelar".

Na entrevista, Temer alertou para os riscos ao país que uma conduta do gênero vinda de um presidente pode causar. "Vejo líderes que só querem guerra, confusão. A pandemia agravou isso. Não é bom, só produz negativo para o país", disse.

"Acho que ele vai tomar mais cuidado. Espero que tome."

Ameaça a jornalista

Jair Bolsonaro (sem partido) disse anteontem a um repórter do jornal O Globo que teria vontade de "encher a boca dele de porrada". O jornalista havia perguntado ao presidente sobre os depósitos que Fabrício Queiroz fez na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Neste mês, reportagem da revista Crusoé revelou que Queiroz fez outros depósitos em cheque na conta de Michelle. Ao todo, o ex-assessor Queiroz e a mulher dele, Márcia Aguiar, repassaram R$ 89 mil para a conta de Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2016 — antes, portanto, de o marido assumir a Presidência da República.

A defesa de Flávio Bolsonaro tem negado a prática de qualquer irregularidade.

Queiroz e Márcia Aguiar encontram-se em prisão domiciliar no Rio por obstruir as investigações, segundo o juiz Flávio Itabaiana, da 1ª instância da Justiça do Rio.

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