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Imagens mostram atividade em fábrica de mísseis norte-coreanos

09/03/2019 07h21

Fotografias aumentam temor de retomada de lançamentos após cúpula fracassada entre Trump e Kim Jong-un. Presidente dos EUA afirma que ficará "desapontado" se ditador prosseguir com testes nucleares.Fotos de satélite analisadas neste sábado (09/03) por especialistas mostram atividade recente em uma instalação de montagem de mísseis norte-coreanos, aumentando as especulações sobre um possível lançamento após a fracassada cúpula de Hanói.

As imagens, analisadas pelo especialista em proliferação no Instituto de Estudos Internacionais de Middlebury, Jeffrey Lewis, e postadas em sua conta do Twitter, mostram atividade na chamada usina de Sanumdong, localizada no distrito de Ryongsong, em Pyongyang.

As fotografias mostram uma concentração de veículos em frente ao centro de montagem e um trem estacionado e guindastes erguidos no centro de carregamento próximo, usado para transportar projéteis e componentes.

As imagens parecem confirmar o que o diretor do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul, Suh Hoon, informou a um grupo de parlamentares na última quinta-feira: que a Coreia do Norte pode estar preparando um novo lançamento.

No entanto, as imagens de Sanumdong, onde acredita-se ter sido fabricado o míssil intercontinental (ICBM), o mais sofisticado do regime, foram tiradas no último dia 22 de fevereiro, quase uma semana antes que da cúpula entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, em Hanói (Vietnã), terminasse em fracasso.

Por sua vez, muitos especialistas acreditam que o regime poderia estar preparando o lançamento de um satélite a bordo de um foguete e não um míssil, depois que também se detectasse recentemente atividade na base de lançamento espacial norte-coreana de Sohae.

Em todo caso, as Nações Unidas sempre consideraram que os lançamentos espaciais de Pyongyang são na verdade testes disfarçados de mísseis balísticos intercontinentais - que usam tecnologia semelhante a de um foguete espacial.

Com estes preparativos, o regime poderia estar tentando pressionar os EUA que retomem o diálogo o mais rápido possível após a reunião em Hanói, entre o ditador norte-coreano Kim Jong-un e o presidente americano Donald Trump chegar ao fim sem acordo.

Na sexta-feira, a Coreia do Norte admitiu hoje pela primeira vez, através da sua agência de notícias oficial, o fracasso da recente reunião entre Kim Jong-un e Trump.

"A opinião pública aqui e no estrangeiro (...) lamenta, acusando os Estados Unidos pela reunião que foi concluída sem um acordo", escreve em editorial a agência KCNA, que até ao momento não tinha mencionado o fracasso do encontro entre os dois dirigentes em 28 fevereiro.

No mesmo dia, Trump, disse que ficaria desapontado se a Coreia do Norte retomasse testes de armas nucleares. "Eu ficaria surpreso de uma forma negativa se ele fizesse algo que não fosse do nosso conhecimento. Mas vamos ver o que acontece", disse Trump a repórteres na Casa Branca. "Eu ficaria muito desapontado se soubesse de testes."

JPS/efe/afp/lusa

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