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Lula diz que burocracia não impedirá ajuda ao RS após Leite citar dívidas

do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/05/2024 14h18Atualizada em 05/05/2024 17h22

O presidente Lula (PT) disse neste domingo (5) que não haverá impedimento da burocracia para que o poder público adote medidas para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul após as fortes chuvas que atingiram o estado e cobrou um plano para prever tragédias.

O que aconteceu

Lula falou sobre ajuda depois de governador reclamar da dívida pública do Estado com a União. "O Rio Grande do Sul é um Estado que tem dificuldades para operar na normalidade por conta das restrições fiscais, grave problema que temos por conta de dívidas contraídas ao longo de tempos. (Se) já dificulta em tempos de normalidade, em tempos de excepcionalidade não vamos conseguir dar resposta, não vamos ter fôlego para responder se a gente não encaminhar determinadas soluções", disse Eduardo Leite (PSDB) em coletiva de imprensa.

"Eu sei que o estado do Rio Grande do Sul tem uma situação financeira difícil", respondeu o petista. "E eu sei que tem muitas estradas que estão com problema. Então, eu quero lhe dizer que não fique preocupado que o governo federal, através do Ministério do Transporte, vai ajudar a você a recuperar as estradas", continuou. Lula afirmou ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que integra a comitiva dele em viagem ao estado, "é muito sensível" às causas das dívidas dos Estados com a União.

Presidente disse que ministra do Meio Ambiente está incumbida de apresentar plano para antecipar eventos climáticos como este. "A Marina (Silva) está compromissada em apresentar um plano de prevenção. Ou seja, é preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça. É preciso que a gente veja com antecedência o que pode acontecer de desgraça", discursou.

Lula fez segunda viagem ao estado desde o início das chuvas e levou uma comitiva dos três Poderes. Ele desembarcou na base aérea de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, acompanhado dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) do vice-presidente do STF, Edson Fachin, além de ministros do seu governo, e sobrevoou áreas afetadas. O petista disse que o Brasil "deve muito" ao Rio Grande do Sul, sobretudo pelo desenvolvimento da agricultura.

Governador reforçou pedido de um 'Plano Marshall' para catástrofe no estado. Leite reconheceu a prioridade de resgatar pessoas que ainda estão ilhadas e distribuir donativos, mas afirmou que a tragédia causada pela chuva vai exigir medidas extraordinárias no cenário "pós-guerra". O Plano Marshall foi um programa de ajuda financeira dos Estados Unidos para reconstruir os países da Europa Ocidental destruídos após a 2ª Guerra Mundial, no final dos anos 40.

O estado registra até o momento 75 mortes.As autoridades ainda investigam seis mortes que podem estar relacionadas aos temporais. São 103 desaparecidos e 155 feridos, segundo o boletim da Defesa Civil.

Em dez dias, Rio Grande do Sul registrou o equivalente a três meses de chuva.Ao todo foram 420 milímetros de precipitação entre os dias 24 de abril a 4 de maio, conforme o governo do Estado.

Chuva deixa 1/3 do estado sem água e ameaça 12 barragens

As chuvas deixam 1,06 milhão de imóveis sem água, 418 mil sem luz e afetam o funcionamento de 110 hospitais no Rio Grande do Sul. Além disso, a elevação do nível dos rios coloca sob pressão 12 barragens, segundo Leite.

Alagamentos fecharam 17 hospitais. Outros 75 estão com atendimento parcial, segundo o governador. Ontem, pacientes foram transferidos de helicóptero após o HPSC (Hospital de Pronto Socorro de Canoas) ficar alagado.

Das 12 barragens que estão sob pressão, duas delas estão em nível de emergência. E cinco estão em alerta e outras 5 em nível de atenção. A barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, se rompeu parcialmente na quinta-feira (2).

Enchentes afetam rodovias e aeroporto de Porto Alegre está fechado. Há 187 pontos de bloqueios nas estradas - desses 142 são totais e 45 parciais, ainda conforme o governador.

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