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G7 defende ordem internacional frente a ameaças de China e Rússia

06/05/2021 02h31

Guillermo Ximenis.

Londres, 5 mai (EFE).- A recuperação do mundo em relação à pandemia de covid-19 requer mais do que nunca a preservação do atual sistema de regras internacionais, enfatizaram os ministros das Relações Exteriores do G7 nesta quarta-feira nas conclusões de sua reunião de dois dias em Londres, na qual identificam a China e a Rússia entre as principais ameaças a essa ordem global.

A democracia "está sob pressão" em todo o mundo, a disseminação da covid-19 continua sendo um grave problema, e os efeitos "catastróficos" da mudança climática são cada vez mais palpáveis, advertiram os diplomatas do grupo, que se encontraram pessoalmente pela primeira vez em mais de dois anos.

A cúpula na capital britânica, que precede a reunião dos líderes do G7 marcada para junho, no Reino Unido, também contou com a presença, como convidados, de Índia, Austrália, Coreia do Sul e África do Sul, uma escolha que ressalta tanto a crescente importância geoestratégica da região indo-pacífico quanto os interesses diplomáticos particulares do país anfitrião, o Reino Unido.

Desde terça-feira, os ministros das Relações Exteriores e do Desenvolvimento de Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e União Europeia, assim como do Reino Unido, dedicaram dois dias às reuniões plenárias e bilaterais nas quais abordaram as principais urgências internacionais.

APELO AO RESPEITO DOS DIREITOS HUMANOS E DA LEI.

O G7 expressou preocupação com a situação dos direitos humanos tanto na China quanto na Rússia. No primeiro caso, condenou os abusos e violações em Xinjiang e Tibete, a existência de campos de "reeducação política", e mencionou "relatórios" de "sistemas de trabalho forçado" e "esterilizações forçadas".

Eles também criticaram as práticas de Pequim que são contrárias aos "sistemas econômicos livres e justos", particularmente nos campos de "comércio, investimento e financiamento do desenvolvimento", bem como seu apoio ao "roubo de propriedade intelectual".

Com relação ao Estreito de Taiwan, um cenário de tensão particular com a China após as últimas manobras militares de Pequim na área, os ministros do G7 reiteraram sua "forte oposição a qualquer ação unilateral" que possa agravar o conflito e "minar a estabilidade regional".

A erosão dos direitos humanos na Rússia também está na vanguarda das preocupações dos países do grupo, que criticam a "repressão sistemática das vozes da oposição", ativistas, membros da sociedade civil "independente" e jornalistas.

Os participantes também condenaram as ações "irresponsáveis" e "desestabilizadoras" de Moscou na fronteira com a Ucrânia, bem como as "ações maliciosas" do governo russo para tentar desestabilizar países terceiros e seu uso de "desinformação".

Apesar das críticas a Pequim e Moscou, o G7 reiterou o desejo de encontrar formas de cooperar com ambos os países. Com a Rússia, o G7 ressaltou a disposição de forjar uma relação mais "estável e previsível", enquanto que com a China, pretende colaborar especialmente em áreas como o combate à mudança climática e a proteção da saúde global.

RECUPERAÇÃO ECONÔMICA.

A recuperação econômica mundial em relação à pandemia e a distribuição ampla e equitativa das vacinas contra a covid-19 foram o foco de parte do segundo dia da cúpula na capital britânica.

"Reconhecemos o profundo impacto econômico, social e político da pandemia nos países e populações vulneráveis", além do "aumento significativo da fome e da desnutrição", disseram os ministros em suas conclusões da reunião.

A disseminação do vírus também exacerbou as desigualdades de gênero, destacaram os representantes do grupo, que definiram medidas para financiar iniciativas para facilitar a incorporação das mulheres na força de trabalho e melhorar a educação de 40 milhões de meninas nos próximos cinco anos.

Eles também mostraram a intenção de "fortalecer os sistemas de saúde", garantir o acesso "acessível e equitativo" a vacinas, métodos terapêuticos e de diagnóstico.

REPRESENTANTES INDIANOS EM ISOLAMENTO.

A primeira cúpula presencial dos ministros do grupo em mais de dois anos teve um contratempo inesperado em seu segundo dia, quando o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, relatou que dois membros de sua equipe haviam testado positivo para a covid-19.

Toda a delegação indiana, convidada para a cúpula pelos anfitriões, foi forçada ao isolamento e deixou de participar das reuniões presenciais programadas.

De acordo com os regulamentos britânicos contra o coronavírus, as pessoas que estiveram em contato com uma pessoa que testou positivo devem observar uma quarentena de dez dias.

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