Topo
Notícias

Esse conteúdo é antigo

Peru desinfeta milhares de locais de votação na véspera das eleições

Lima, no Peru - Nizam Ergil/EyeEm/Getty Images
Lima, no Peru Imagem: Nizam Ergil/EyeEm/Getty Images

10/04/2021 17h55

Grupos de trabalhadores começaram a fumigar com material desinfetante milhares de centros de votação neste sábado (10) para as eleições de domingo no Peru, que acontecerão em meio a um número recorde da covid-19 e sem favoritismo entre 18 candidatos à presidência.

Em um país que já teve quatro presidentes desde 2018, há atualmente 10 candidatos de direita ou centro-direita, quatro de esquerda, três nacionalistas e um de centro, mas nenhum deles ultrapassa 10% das intenções de voto nas pesquisas da eleição, cujo um vencedor só deverá ser apontado após o segundo turno, marcado para 6 de junho.

O Escritório Nacional Eleitoral (ONPE) habilitou 11.402 locais de votação, três vezes mais do que o normal, para tentar evitar aglomerações durante a a eleição nas cidades da selva amazônica, planalto andino e litoral, onde Lima está situada.

Os sete candidatos com possibilidade de eleição são o ex-legislador Yonhy Lescano (centro, direita), a antropóloga Verónika Mendoza (esquerda), o economista Hernando de Soto (direita), Keiko Fujimori (populista, direita), o ex-jogador de futebol George Forsyth (direita), o professor e sindicalista Pedro Castillo (esquerda radical) e o empresário Rafael López Aliaga (extrema-direita).

O novo presidente, que deve tomar posse em 28 de julho - dia em que o Peru comemora o bicentenário de sua independência - terá que enfrentar a crise na saúde, a recessão econômica e a crise política, refletida na situação em que houve três presidentes ao longo de apenas cinco dias em novembro de 2020.

No Peru, o voto é obrigatório e o ONPE prevê a participação de "nove em cada dez peruanos", apesar de o país viver sua semana mais letal em 13 meses de pandemia, com 279 mortes por dia em média, segundo Ministério da Saúde.

Os locais de votação começaram a ser sanitizados em todo o país para evitar infecções pela covid-19 durante as 12 horas de funcionamento, segundo autoridades.

"Instalamos mesas de votação nas sedes dos Jogos Pan-americanos [ocorridos em Lima, 2019], parques, estádios, shopping centers e escolas", anunciou Piero Corvetto, chefe do ONPE.

O Peru acumula 54.285 mortes em 1,6 milhão de casos. De seus 33 milhões de habitantes, 25 milhões foram convocados às urnas.

E dois dos candidatos foram infectados nos últimos dias: Forsyth e José Vega, de um partido nacionalista minoritário.

O sindicato dos médicos lamentou que os candidatos tenham organizado comícios lotados com centenas de simpatizantes, em um momento em que as infecções aumentam.

"Infelizmente, as decisões políticas prevaleceram sobre as técnicas [de saúde]", explicou Augusto Tarazona, à frente da Comissão de Saúde Pública da Faculdade de Medicina, à AFP, que considera que teria sido aconselhável adiar as eleições, mas essa decisão deveria ter sido tomada "há dois ou três meses".

"A esta altura está tudo feito, porque tudo o que tinha que se fazer para aumentar os casos já foi realizado e amanhã [domingo] será complicado", acrescentou o Dr. Tarazona.

Em janeiro, o ex-presidente Martín Vizcarra propôs adiar as eleições para 23 de maio, mas não teve apoio.

O presidente em exercício, Francisco Sagasti, declarou que "de forma alguma" a votação seria adiada.

O ministro do Interior, José Elice, indicou que cerca de 20.000 policiais se dedicarão exclusivamente ao controle do cumprimento das medidas sanitárias durante a votação.

O número equivale a menos de dois agentes por local de votação.

Notícias