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Chanceleres da UE pedem que Venezuela assegure integridade de Guaidó e opositores

25/01/2021 09h37

Bruxelas, 25 Jan 2021 (AFP) - Os chanceleres dos 27 países da União Europeia (UE) exigiram, nesta segunda-feira (25), que o governo venezuelano garanta "a liberdade e a segurança" dos líderes da oposição e ameaçaram considerar a possibilidade de novas sanções econômicas.

O pedido refere-se aos "representantes dos partidos da oposição eleitos para a Assembleia Nacional de 2015, e especialmente Juan Guaidó, bem como aos demais representantes da oposição democrática".

Segundo os chanceleres europeus, esses opositores são considerados "atores importantes e interlocutores privilegiados".

Num documento que resume as conclusões das discussões realizadas nesta segunda em Bruxelas, os chanceleres também instaram "a oposição democrática a adotar uma posição de unidade com a visão de um processo inclusivo de diálogo e negociação".

Os ministros das Relações Exteriores reiteraram que a UE não reconhece as eleições legislativas realizadas em dezembro passado, e por isso também desconhecem a legitimidade da nova Assembleia Nacional.

"A UE reitera seu apoio a todos aqueles que trabalham em favor de um futuro democrático para a Venezuela", diz o documento.

"A única maneira de sair da crise na Venezuela é retomar rapidamente as negociações políticas e estabelecer com urgência um processo de diálogo e transição sob a liderança da Venezuela, que conduza a eleições legislativas e presidenciais abertas, credíveis e transparentes", observaram os ministros.

As conclusões dos chanceleres, porém, terminam com uma advertência.

"Em vista da deterioração da situação dos direitos humanos, do estado de Direito e da democracia na Venezuela, a UE está pronta para adotar medidas restritivas específicas adicionais contra aqueles que atentam contra a democracia ou o estado de Direito", observaram os diplomatas.

Assim, os chanceleres europeus ignoraram um pedido feito na semana passada pelos membros do Parlamento Europeu, que numa resolução pediram aos países da UE que reconhecessem Guaidó como presidente interino da Venezuela.

Também na semana passada, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, havia explicado aos eurodeputados que o Conselho Europeu "nunca se referiu a Juan Guaidó (...) como presidente em exercício da Venezuela, porque nunca houve unanimidade no Conselho a este respeito".

A UE aguarda a posição do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a Venezuela. Seu antecessor, Donald Trump, considerou Juan Guaidó como "presidente interino", apesar das eleições legislativas que fortaleceram a hegemonia de Nicolas Maduro, dando-lhe o controle do Parlamento.

Apesar de uma abstenção recorde de 70% nesta eleição, e da rejeição dos resultados por grande parte da comunidade internacional, os deputados do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV, no poder) e seus aliados ocupam agora 256 dos 277 assentos do Parlamento unicameral.

ahg/zm/mr

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