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Padrasto suspeito de estuprar e engravidar criança de 10 anos é preso em MG

Crime aconteceu em Governador Valadares, em Minas Gerais - Prefeitura de Governador Valadares/Divulgação
Crime aconteceu em Governador Valadares, em Minas Gerais Imagem: Prefeitura de Governador Valadares/Divulgação
do UOL

Felipe Munhoz

Colaboração para o UOL, em Lençóis (BA)

24/01/2021 13h48

O homem suspeito de estuprar e engravidar a enteada de 10 anos, em Governador Valadares (MG), foi preso na sexta-feira (22) em uma praça de Resplendor (MG), a 139 km do local do crime, por volta das 7h45. O padrasto da criança estava foragido desde terça-feira (19) e, segundo a Polícia Civil, confessou o crime durante o depoimento. A menina estava grávida de gêmeos e passou por um aborto na quinta-feira (21).

De acordo com a Polícia Militar, após receberem uma denúncia, os policiais militares localizaram o suspeito de 26 anos na praça Dimas Esteves da Costa, na altura do número 41, no bairro São Vicente, em Resplendor.

Ainda segundo a PM, os policiais se deslocaram ao local em cumprimento de mandado de busca contra o homem, morador de Governador Valadares, suspeito pelo estupro da enteada de 10 anos.

Os policiais deram voz de prisão em flagrante e depois o rapaz foi encaminhado para o Hospital de Resplendor para exame de corpo delito. Em seguida, o suspeito foi levado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Governador Valadares, responsável pelo caso, onde teria confessado o crime.

"Hoje [sexta-feira], o suspeito se apresentou na Deam e optou por narrar a versão dele. Confessou a prática do crime e autorizou a coleta de swab (material genético) ", afirmou a delegada Adeliana Xavier.

Denúncia

A mãe da criança foi quem fez a denúncia. Ela também espera um filho do suspeito. Segundo a delegada, a mãe desconfiou do crime quando percebeu que a menstruação da menina estava atrasada.

"A mãe só tomou conhecimento da situação quando a menstruação da filha começou a atrasar. Ela a levou ao posto de saúde e, por meio de exame de ultrassonografia, descobriu que a criança estava grávida de 14 semanas", disse Adeliana Xavier.

Ainda segundo a delegada, foi relatado que os abusos começaram quando a menina tinha 6 anos, e teriam acontecido de quatro a cinco vezes nesse período, sendo que o último foi no dia 7 de janeiro.

Aborto

A criança de 10 anos foi submetida a um aborto na quinta-feira (21), pela manhã. O procedimento ocorreu no Hospital Municipal de Governador Valadares, após a menina ser internada na noite anterior.

"O procedimento ocorreu seguindo todos os trâmites legais, com total assistência médica", informou a Polícia Civil de Minas Gerais.

A violência sexual contra a mulher no Brasil

No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.

Como denunciar

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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