Topo
Notícias

As principais datas que marcaram a Primavera Árabe

23/11/2020 12h36

Paris, 23 Nov 2020 (AFP) - Desde a queda do tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, do egípcio Hosni Mubarak e do líbio Muammar Khaddafi em 2011 até a repressão das revoltas no Bahrein e na Síria, veja a seguir as datas-chave da Primavera Árabe.

- A centelha tunisina -Em 17 de dezembro de 2010, o jovem vendedor ambulante Mohamed Bouazizi, farto da miséria e das humilhações policiais, ateou fogo a si mesmo em Sidi Bouzid, no centro de Túnis.

Seu ato desesperado desencadeou uma onda de protestos contra o desemprego e o alto custo de vida que se espalhou por todo o país.

- "Fora Ben Ali!" -No dia 14 de janeiro de 2011, com gritos de "Fora Ben Ali!", milhares de tunisianos saíram às ruas da capital para exigir a saída do presidente, no poder por 23 anos.

Naquela mesma noite, ele fugiu para a Arábia Saudita, tornando-se o primeiro líder de um país árabe a deixar o poder por pressão das ruas.

A "Revolução de Jasmim" deu início à Primavera Árabe com um slogan inequívoco: "O povo quer a queda do regime".

- Revolta no Egito -Em 25 de janeiro, milhares de egípcios saíram às ruas do Cairo, Alexandria e muitas outras cidades para exigir a saída de Hosni Mubarak, no poder desde 1981. "Pão, Liberdade, Dignidade", gritaram alguns. "Fora Mubarak", gritaram outros.

A "Revolução de 25 de janeiro" estava em andamento.

- "O povo derrubou o regime!" -Em 11 de fevereiro, quando milhões de pessoas se manifestavam em todo o Egito, Mubarak renunciou e entregou o poder ao exército, causando uma explosão de alegria.

"O povo derrubou o regime!", gritava uma multidão exaltada na Praça Tahrir (Libertação), transformada em um símbolo do protesto.

- A Praça Tahrir inspira o Bahrein -Em 15 de fevereiro, milhares de manifestantes rebatizaram a Praça da Pérola em Manama como "Praça Tahrir". Os manifestantes exigiam uma verdadeira monarquia constitucional e reformas políticas.

Mas a revolta é esmagada em meados de março, após a entrada de tropas do Golfo, principalmente sauditas, para proteger instalações essenciais.

- Repressão sangrenta na Líbia -Em 15 de fevereiro, a polícia dispersou à força um protesto contra o poder em Benghazi, a segunda cidade da Líbia, e manifestantes e policiais entraram em confronto.

Muammar Khaddafi ameaçou perseguir os rebeldes "rua por rua, beco por beco, casa em casa".

O protesto se transformou em uma insurreição, duramente reprimida (com milhares de mortos).

- Síria: slogans conflitantes -No dia 6 de março, uma dezena de adolescentes pichou as paredes de sua escola em Daráa, no sul da Síria: "Sua vez, doutor", em referência ao presidente Bashar al-Assad, oftalmologista de profissão.

A prisão e tortura dos adolescentes desencadeou a revolta e as primeiras manifestações pacíficas clamavam por mudanças democráticas.

Mas, diante da repressão implacável do regime, a rebelião se transformou em uma guerra civil que já deixou mais de 380.000 mortos.

- Khaddafi, capturado em bueiro -No dia 20 de outubro, Muammar Khaddafi, que fugiu após a queda de Trípoli para os rebeldes graças ao apoio decisivo da OTAN, morreu perto de Sirte, região onde nasceu, a leste de Trípoli.

O homem que governou a Líbia por 42 anos e insultava os "ratos" que ousaram se rebelar contra seu poder em seus discursos foi capturado enquanto se arrastava por um bueiro à beira de uma estrada.

- Primeira eleição livre na Tunísia -No dia 23 de outubro, os tunisianos se mobilizaram em massa para eleger a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), na primeira eleição livre da história do país.

Dominada pelos islâmicos do Ennahda, a ANC foi o encarregada de redigir a Constituição.

- Saleh desiste do poder -Em 27 de fevereiro de 2012, Ali Abdallah Saleh, à frente do Iêmen por 33 anos, cedeu o poder a seu vice-presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, após mais de um ano de um protesto que mobilizou dezenas de milhares de manifestantes.

Ele é o quarto presidente derrubado pela Primavera Árabe, mas no final de um processo de transição negociado sob pressão das monarquias do Golfo.

- Jihadistas emergem do caos -Em 29 de junho de 2014, os jihadistas do grupo Estado Islâmico proclamaram um "califado" em vastos territórios conquistados na Síria e no Iraque.

O EI vai espalhar o terror com decapitações, execuções em massa, estupros, sequestros e limpeza étnica.

- Assad agarrado ao poder -A Rússia, grande aliada com o Irã do poder em Damasco, lançou no final de setembro de 2015 uma intensa campanha militar para ajudar o regime sírio, à beira do colapso.

Bashar Al-Assad conseguiu, com a ajuda de seus dois parceiros, permanecer à frente de um país em ruínas.

acm/mw/hj/bfi/dp/af/mar/mr/aa

Notícias