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Por surto de covid-19, MPT-RS pede interdição da JBS em Garibaldi (RS)

Tânia Rabello

São Paulo

06/08/2020 18h15

Em um relatório de mais de cem páginas, o Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio Grande do Sul pediu nesta quarta-feira, 5, em ação civil pública, a interdição da unidade da JBS em Garibaldi (RS), em decorrência de várias irregularidades encontradas na planta ligadas a normativas de prevenção contra a covid-19. "Embora o relatório demonstre que a ré adotou algumas medidas para prevenir a disseminação da covid-19, também constatou que tais ações ainda eram insuficientes e, por consequência, conclui-se que a ré não cumpre integralmente as medidas recomendadas pelas autoridades sanitárias", disse o MPT-RS na ação.

De acordo com o relatório, foram encontradas irregularidades no refeitório, nos vestiários, no transporte dos funcionários e na testagem para detecção de coronavírus, entre outros itens. Como citado na ação civil do MPT-RS, nesta unidade trabalham por volta de 960 trabalhadores, sendo que houve 230 casos confirmados da doença - com um óbito e sete internações.

Além da solução das irregularidades detalhadas na ação, o MPT-RS pediu ao juiz do Trabalho da Vara do Trabalho de Bento Gonçalves (RS) a interdição da planta, sob pena de multa diária, além do imediato afastamento dos empregados e trabalhadores terceirizados a fim de que sejam submetidos a triagem médica "apta a verificar a atual situação de saúde dos empregados e, posteriormente, a testes para identificação da covid-19".

Em resposta ao Broadcast Agro, sistema de notícias do agronegócio em tempo real do Grupo Estado, a JBS afirmou que "não foi notificada sobre esta ação e não fará comentários". E reforçou que "a proteção e a saúde dos seus colaboradores é o seu principal objetivo". E completou: "A companhia reafirma, no entanto, que desde o início da pandemia adota rigorosas medidas de prevenção, segurança e proteção dos seus colaboradores e que estão em total conformidade com a portaria conjunta nr. 19, de 18 de junho de 2020 dos Ministérios da Saúde, Agricultura e Economia do Brasil e demais órgãos de saúde".

Além disso, informou novamente que "contratou a consultoria de médicos infectologistas e instituições de referência, como o Hospital Albert Einstein, para apoiar na construção de todas as ações previstas em seu protocolo e que estão implementadas em todas as suas unidades".

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