Manifestação contra violência policial termina em 18 detidos em Paris
Paris, 3 Jun 2020 (AFP) - Pelo menos 18 pessoas foram presas em Paris na terça-feira (2), durante uma manifestação não autorizada contra a violência policial, que levou a confrontos - informou a prefeitura nesta quarta (3).
Convocada pelo comitê de apoio à família de Adama Traoré, um negro de 24 anos morto em 2016 após ser preso, a manifestação reuniu cerca de 20.000 pessoas na capital francesa.
A prefeitura havia proibido o ato, devido à emergência de saúde instaurada pela pandemia de coronavírus, que não permite concentrações de mais de dez pessoas, e também devido ao risco de "brigas".
O ato foi convocado no contexto da onda de protestos nos Estados Unidos, após a morte de George Floyd, um afroamericano de 46 anos sufocado por um policial branco em Minneapolis.
A manifestação, que começou no final da tarde na esplanada do tribunal de Paris, foi perturbada pelo disparo de projéteis, levando a polícia a usar gás lacrimogêneo.
Os manifestantes se dispersaram pelas ruas próximas e pela avenida periférica que circunda a capital francesa, onde centenas deles bloquearam parcialmente o tráfego.
Vários confrontos esporádicos ocorreram ao longo desta via, em que a polícia recorreu a balas de defesa do tipo "LBD". Nas ruas, barricadas foram erguidas, e algumas bicicletas foram incendiadas.
Em 19 de julho de 2016, Adama Traoré morreu em uma delegacia de polícia nos arredores de Paris, duas horas depois de ser preso. O caso se tornou um símbolo da violência policial no país.
Para acalmar os ânimos, o ministro do Interior, Christophe Castaner, prometeu hoje uma "sanção" por qualquer "falta" que a polícia cometa, incluindo o uso de "expressões racistas".
"Sou intransigente sobre este tema", declarou Castaner no Senado.
Já a porta-voz do governo, Sibeth Ndiaye, fez um apelo à "calma" e assegurou que "não há nenhuma violência de Estado instituída" na França.
grd-sm-nk/meb/zm/tt
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